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sexta-feira, 9 de julho de 2010

As Decisões Determinam o Destino - Presidente Thomas S. Monson Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência

As Decisões Determinam o Destino

Presidente Thomas S. Monson
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
Serão do SEI para Jovens Adultos • 6 de novembro de 2005 • Universidade Brigham Young

Presidente Thomas S. MonsonVocês são um grupo glorioso, uma geração escolhida, reunidos tanto aqui no Marriott Center da Universidade Brigham Young quanto em muitos outros lugares. É uma honra estar com vocês, e quero que saibam que não existe nenhum outro lugar na Terra no qual eu preferiria estar esta noite.

Venho cumprir esta designação depois de sincera oração pessoal. Peço sua fé; peço suas orações.

Ao olhar para vocês aqui reunidos e pensar nos que estão reunidos em outros locais, meus pensamentos se voltam para seus pais. Por muitos anos, tive o privilégio de participar de conferências de estaca quase todas as semanas e ficar na casa de um presidente de estaca, ou de um conselheiro de presidente de estaca. Às vezes, aconteciam coisas muito interessantes. Houve ocasiões em que um dos filhinhos, sem saber que a mãe e o pai tinham cedido seu quarto e sua cama para uma Autoridade Geral, entrava sorrateiramente no quarto deles, bem cedo pela manhã, pensando que estava subindo na cama da mãe e do pai — para então descobrir, surpreso e confuso, que cometera um engano.

Em certa ocasião, há muitos anos, quando eu visitava a estaca Indianápolis, lembro que o Presidente Lowe, que estava na Universidade Purdue, me perguntou: “Irmão Monson, gostaria de vir até minha casa e passar o sábado à noite conosco, ou prefere dispensar a viagem de sessenta quilômetros e ficar na casa de meu conselheiro em Indianápolis?”

Respondi: “Bem, Presidente Lowe, já é tarde da noite, e se não se importar, ficarei com o seu conselheiro, aqui em Indianápolis”.

Na manhã seguinte, o Presidente Lowe encontrou-se comigo às oito da manhã e disse: “Irmão Monson, sua decisão foi inspirada”.

Perguntei: “Como assim?”

Ele respondeu: “Bem, temos um filho que está cursando a universidade, e estávamos planejando ceder-lhe nosso quarto, na noite de sábado. Mas sem que soubéssemos, de modo totalmente inesperado, nosso filho voltou para casa às duas da manhã, entrou pela porta da frente, subiu as escadas até nosso quarto, acendeu a luz e gritou: ‘Surpresa!’”

Não sei quem teria ficado mais surpreso naquele momento, se eu tivesse ficado na casa do presidente da estaca — o rapaz ou eu! Acho que foi bom não sabermos.

Bem, meus jovens amigos, que vida emocionante os aguarda! Pode ser que não se tornem um John Cabot, cruzando os mares azuis com a autorização do rei para descobrir novas terras, ou um capitão James Cook, cujas viagens de descobrimento levaram-no para “lugares distantes com nomes estranhos”.1 Mas vocês podem ser exploradores em espírito, com o encargo de tornar este mundo melhor descobrindo maneiras aperfeiçoadas de se viver e de fazer as coisas. O espírito de exploração, seja da superfície da Terra, da imensidão do espaço ou dos princípios do bem viver, inclui o desenvolvimento da capacidade de enfrentar os problemas com coragem; o desapontamento, com bom ânimo; e o triunfo, com humildade.

Muitos devem conhecer o musical “Um Violinista no Telhado”. É um dos meus favoritos. Rimos quando vemos o antiquado pai de uma família de judeus da Rússia tentando se adaptar aos tempos modernos que lhe são impostos em sua casa por suas belas filhas. Com entusiasmo, elas cantam a música da casamenteira. “Casamenteira, casamenteira, encontre-me um par”. Tevye, o pai, canta sua réplica: “Se Eu Fosse um Homem Rico”. Lágrimas afloram aos olhos das pessoas ao ouvirem o lindo som de “Sunrise, Sunset” [Nascer do Sol, Por do Sol] e sentir o amor de Tevye por sua cidade natal quando o elenco canta “Anatevka”.

A alegria transmitida nas danças, o ritmo da música, a excelente interpretação, tudo se torna menos importante quando Tevye expressa o que considero ser a mensagem central da peça. Ele reúne suas queridas filhas e com a simplicidade de um camponês, aconselha-as a ponderarem seu futuro. “Lembrem-se,” Tevye adverte: “em Anatevka sabemos quem somos e o que Deus espera que nos tornemos”.

Como santos dos últimos dias, sabemos quem somos e o que Deus espera que nos tornemos. Ouçam a verdade que nos foi ensinada no primeiro livro de Moisés, chamado Gênesis: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. (...) E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (...) E Deus os abençoou” (Gênesis 1:26—27).

“Criados à imagem de Deus.” Não podemos sinceramente manter essa convicção sem termos um profundo sentimento de força e poder. Como santos dos últimos dias, sabemos que vivemos antes de vir para a Terra, que a mortalidade é um período probatório no qual podemos mostrar que somos obedientes aos mandamentos de Deus e assim tornar-nos dignos da glória celestial. Sim, sabemos quem somos e o que Deus espera que nos tornemos. Esse conhecimento, porém, não nos garante sucesso em nossa meta de alcançar a vida eterna.

Nos últimos cinqüenta anos, houve em todo mundo um gradual, porém contínuo declínio em muitos aspectos da vida. Vemos relacionamentos sem moralidade, ciência sem humanidade, conhecimento sem caráter, negócios sem ética, adoração sem sacrifício, prazer sem consciência, política sem princípios e riqueza sem trabalho.

Talvez o renomado escritor Charles Dickens tenha descrito melhor os nossos dias ao descrever um período que ocorreu há mais de dois séculos. Sua obra clássica, Um Conto de Duas Cidades, começa assim:

Era a melhor das épocas e a pior das épocas;
Uma era de sabedoria, uma era de insensatez;
Uma época de crença, uma época de incredulidade;
Um tempo de Luz, um tempo de Trevas;
A primavera da esperança, o inverno do desespero;
Tínhamos tudo diante de nós, não tínhamos nada diante de nós.

Este é o seu mundo. O futuro está em suas mãos. O resultado depende de vocês. O caminho para a exaltação não é uma auto-estrada com visão ilimitada, velocidade irrestrita e habilidades não comprovadas. Em vez disso, é uma estrada conhecida por suas muitas bifurcações, desvios, curvas fechadas e limites de velocidade. Sua habilidade ao volante será colocada à prova. Estão prontos? Vocês estão dirigindo. Nunca passaram por este caminho antes. Felizmente, o Mestre Construtor de Rodovias, sim, o nosso Pai Celestial, providenciou um mapa da estrada mostrando a rota a seguir. Ele colocou indicações e sinais ao longo do caminho para guiá-los a seu destino. Talvez vocês reconheçam alguns deles:

• “Honra teu pai e tua mãe” (Êxodo 21:12).
• “Examinai as escrituras; porque (...) são elas que de mim testificam” (João 5:39).
• “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça” (Mateus 6:33).
• “Sede puros.” (3 Néfi 20:41).

O maligno também colocou sinais na estrada para frustrar seu progresso e tirá-los do caminho da verdade e desviá-los para o pecado. Seus desvios levam-nos a uma estrada sem saída. Todos os desvios dele terminam em ruas sem saída. Vocês já viram suas placas?

• Uma vez só não faz mal.
• Não vai prejudicar ninguém.
• Amo quem eu quiser, a vida é minha.
• Os tempos mudaram.

Chegamos, então, ao momento de enfocar a responsabilidade de escolher, a inevitável crise nos momentos decisivos da vida. Aquele que os conduz para baixo espera pacientemente uma noite escura, uma hesitação, uma consciência confusa, uma mente desorientada. Vocês estão preparados para tomar decisões nesses momentos da vida?

Nunca será demais salientar que as decisões determinam o destino. Vocês não podem tomar decisões eternas sem conseqüências eternas.

Gostaria de deixar com vocês uma fórmula bem simples pela qual podem avaliar as escolhas que tiverem de fazer. Ela é fácil de lembrar, mas às vezes difícil de ser aplicada: Vocês não podem estar certos fazendo coisas erradas; não podem estar errados fazendo coisas certas. Sua consciência pessoal sempre vai avisá-los, como um amigo, antes de puni-los como juiz.

O Senhor, em uma revelação dada por intermédio do Profeta Joseph Smith, em Kirtland, Ohio, em maio de 1831, aconselhou: “Aquilo que não edifica não é de Deus e é trevas. Aquilo que é de Deus é luz” (D&C 50:23—24).

Algumas pessoas insensatas dão as costas para a sabedoria de Deus e seguem a sedução da moda transitória, a atração da falsa popularidade e a emoção do momento. Seu modo de agir se parece muito com a desastrosa decisão de Esaú, que trocou sua primogenitura por um prato de lentilhas.

Para ilustrar, gostaria de compartilhar com vocês os resultados de uma pesquisa realizada por uma organização fidedigna, que foi publicada em uma revista de âmbito nacional.2 A pesquisa se chamava: “Você Faria, por Dez Milhões de Dólares?” Faço para vocês as mesmas perguntas da pesquisa:

• Por dez milhões em dinheiro, você deixaria sua família para sempre?
• Você se casaria com alguém que não ama?
• Abandonaria todos os seus amigos para sempre?
• Passaria um ano na prisão por uma acusação forjada?
• Tiraria a roupa em público?
• Aceitaria um emprego perigoso no qual teria uma chance em dez de perder a vida?
• Seria mendigo por um ano?

Dentre as pessoas consultadas, um por cento deixaria a família, 10 por cento se casaria sem amor, 11 por cento abandonaria os amigos, 12 por cento se despiria em público, 13 por cento passaria um ano na prisão, 14 por cento aceitaria um emprego perigoso e 21 por cento seria mendigo por um ano.

Quando o dinheiro, em vez da moralidade, rege as ações de uma pessoa, ela tende a afastar-se de Deus. Afastar-se de Deus resulta em convênios violados, sonhos destruídos, ambições desfeitas, expectativas não cumpridas, esperanças perdidas e vidas arruinadas.

É dessa armadilha de areia movediça que peço que fujam. Vocês têm uma herança nobre. A vida eterna no reino de nosso Pai é a sua meta. Essa meta não é alcançada com uma única tentativa gloriosa, mas como resultado de toda uma vida justa, o acúmulo de escolhas sábias e a constância de propósito. Tal como a nota dez em um boletim de um curso universitário difícil e obrigatório, a recompensa da vida eterna exige muito esforço.

Existe uma fábula a respeito de Euclides, o Faraó e a geometria. Conta-se que o Faraó, encantado com algumas explicações e demonstrações de Euclides, quis aprender geometria, e Euclides se propôs a ensiná-lo. Ele estudou por um breve período de tempo e então chamou Euclides e disse que o processo era lento demais para ele. Ele era o Faraó; devia haver um caminho mais curto. Ele não queria gastar todo o seu tempo para aprender geometria. Então Euclides declarou esta grande verdade. Ele disse à sua majestade: “Não existe um caminho digno de um rei para a geometria”.3

Meus jovens amigos, não existe um caminho fácil para a salvação e exaltação. Não existe um caminho fácil para termos sucesso em qualquer empreendimento. A nota dez é o resultado de cada tema, cada teste, cada aula, cada exame e cada prova final. Portanto, cada oração sincera, cada reunião da Igreja a que assistimos, cada amigo digno, cada decisão justa, cada ato de serviço realizado, tudo isso precede a meta da vida eterna.

Há poucos meses, quando voltava de uma designação na Alemanha, olhei pela janela do avião e maravilhei-me com as estrelas por meio das quais o navegador traçava nosso curso. Pensei em vocês e na oportunidade que teria de estar aqui esta noite. Pensei nesta verdade: “Os ideais são como as estrelas; não precisam ser tocados com as mãos. Mas podem escolhê-los como guia e, ao segui-los, chegarão ao seu destino”.4

Quais são os ideais que, se forem seguidos, vão proporcionar-lhes as bênçãos que vocês tanto procuram, ou seja, paz de consciência, um coração repleto de paz, uma família amorosa e um lar feliz?

Gostaria de sugerir estas três:

Escolham seus amigos com cautela.

Planejem seu futuro com um propósito.

Estruturem sua vida com fé.

Primeiro: Escolham Seus Amigos com Cautela.

Em uma pesquisa feita em algumas alas e estacas da Igreja, aprendemos algo muito importante. As pessoas cujos amigos se casaram no templo geralmente se casam no templo, ao passo que as pessoas cujos amigos não se casaram no templo geralmente também não se casam no templo. A influência dos amigos parece ser um fator mais importante do que o desejo dos pais, as instruções recebidas em sala de aula ou a proximidade do templo.

Tendemos a tornar-nos semelhantes àqueles que admiramos. Assim como no relato clássico de Nathaniel Hawthorne, “O Grande Rosto de Pedra”, adotamos as maneiras, as atitudes e até a conduta das pessoas a quem admiramos—que normalmente são os nossos amigos. Associem-se a pessoas que, tal como vocês, não estejam planejando para conveniência temporária ou por ambições mesquinhas, mas, sim, para as coisas que mais importam—os objetivos eternos.

Inscrita na parede do Salão Memorial da Universidade de Stanford está a seguinte verdade: “Tudo o que não é eterno é curto demais, e tudo o que não é infinito é pequeno demais”.5

Além do círculo de seus amigos terrenos, espero que vocês façam do Pai Celestial o seu amigo. Ele está sempre perto para responder a oração sincera. Sendo o Pai de nosso espírito e tendo-nos criado à Sua própria imagem, conhecendo o fim desde o princípio, Sua sabedoria não falhará e Seu conselho será sempre verdadeiro. Façam Dele um amigo.

Há outro amigo importante que devem ter: é o bispo de sua ala. Ele foi chamado por Deus por profecia e pela imposição das mãos, por alguém que tinha autoridade. Ele tem o direito a receber ajuda divina para dar-lhes conselhos e orientação. Façam dele um amigo.

Bem me lembro dos desafios que enfrentavam os jovens da ala, que presidi como bispo. Certa noite, uma bela adolescente foi até minha sala com seu namorado para conversar comigo. Os dois estavam muito apaixonados, e a tentação estava começando a tirar o melhor que havia neles.

Em nossa conversa, ambos prometeram um ao outro que resistiriam às tentações e que manteriam em sua mente a meta de um casamento no templo. Sugeri o curso de ação a ser seguido e senti-me inspirado a dizer: “Se estiverem em uma situação comprometedora e precisarem de auxílio adicional, podem ligar para mim, não importa a hora”.

Certa madrugada, à 1 hora da manhã, o telefone tocou, e ouvi alguém dizer: “Bispo, é a Susan. Lembra que pediu que eu ligasse, quando me sentisse tentada? Bem, bispo. Estou nessa situação”. Perguntei onde ela estava, e ela descreveu um estacionamento muito popular, no Vale do Lago Salgado. Ela e o noivo tinham caminhado até a cabine telefônica mais próxima para fazer a ligação. O ambiente não era ideal para dar conselhos, mas a necessidade era muito grande, e o jovem casal estava receptivo.

Não mencionarei quantas vezes Susan me ligou. Contudo, quando o carteiro trouxe o convite de casamento deles a minha esposa leu: “O Sr. e a Sra. Jones têm o prazer de convidá-los para a recepção nupcial de sua filha Susan”, ela suspirou e exclamou: “Graças aos céus!” Quando li no canto de baixo do convite, em letras pequenas, “Casados no Templo de Salt Lake”, disse para mim mesmo: “Graças aos céus pela força dos jovens santos dos últimos dias”.

Escolham seus amigos com cautela.

Segundo: Planejem Seu Futuro com um Propósito.

O grande escritor Thomas Carlyle disse: “Um homem sem um propósito é como um navio sem leme—um errante, um nada, um ninguém. Tenha um propósito na vida, e quando o tiver, entregue-se de corpo e alma ao trabalho que Deus lhe concedeu”.6

Há muitos anos, servi como presidente de missão. Tive 450 missionários dedicados e maravilhosos. Quando voltamos para casa, em Salt Lake City, após três anos, minha querida esposa e eu ficamos um pouco surpresos, certa noite, quando fizemos um levantamento entre nossos missionários e descobrimos que havia algumas missionárias que ainda não tinham encontrado um companheiro eterno. Decidimos que faríamos o que pudéssemos para ajudar. Eu disse à minha esposa: “Frances, vamos planejar com um propósito e convidar três ou quatro de nossas adoráveis missionárias para virem à nossa casa. Vamos fazer uma atividade na qual elas poderão nos dizer qual de todos os missionários que retornaram do campo e que ainda estão solteiros elas gostariam de convidar para um pequeno serão em nossa casa. Depois, mostraremos fotografias da missão e arranjaremos os lugares para que eles se conheçam melhor”. Fizemos isso, e posso dizer que as quatro moças que convidamos aceitaram com muito entusiasmo o nosso desafio.

Colocamos fotografias tamanho 13 por 18 de todos os nossos missionários em caixas de sapato. Tínhamos quatro dessas caixas, com fotografias de missionários em cada uma dela. Quando as quatro moças estavam sentadas em nossa sala de estar, eu disse a cada uma delas: “Aqui está um presente. Olhem em sua caixa e digam qual das fotografias mostra o rapaz que vocês mais gostariam de convidar para este serão”. Foi uma cena interessante. Creio que a única maneira de descrevê-la adequadamente é fazendo uma pergunta. Vocês já viram crianças na manhã de Natal? Prosseguimos com nosso plano e convidamos os quatro rapazes escolhidos para juntarem-se às quatro moças em nossa casa, e tivemos uma noite gloriosa. No final da noite, notei um casal deles caminhando lentamente pela calçada, e disse para minha mulher: “Parece promissor”. Eles estavam andando bem juntinhos.

Não se passou muito tempo até eu receber um telefonema daquele rapaz. Ele disse: “Presidente Monson, lembra-se de que eu prometi que se me apaixonasse um dia eu iria informá-lo disso?”

Respondi: “Lembro, sim”.

Ele prosseguiu: “Presidente, estou apaixonado”.

Repliquei: “Que bom. Quem é a pessoa?”

Ele disse: “Não vai adivinhar”.

Fui discreto; não adivinhei. Disse: “Conte-me”. E ele disse o nome da missionária com a qual ele tinha caminhado de mãos dadas ao saírem de nossa festa naquela noite. Eles já estão casados há 42 anos e têm cinco filhos e muitos netos.

Alguns de vocês ao alcance de minha voz já se casaram; outros ainda estão procurando aquela pessoa especial com quem vão passar a eternidade. Para os que se encontram nessa última categoria, em sua busca pelo homem ou pela mulher de seus sonhos, ouçam o conselho dado pelo rei Arthur no musical “Camelot”. Ao enfrentar um dilema particularmente difícil, o rei Arthur poderia estar falando a todos nós quando declarou: “Não podemos deixar que nossas paixões destruam nossos sonhos”.7 Sigam esse conselho tão vital. Peço que se apeguem firmemente a seus padrões. Peço que não hesitem.

Quando eu era menino, tive uma professora da Escola Dominical muito especial, que já faleceu. Seu nome era Lucy Gertsch.

Lucy era muito amável e bondosa. Ela merecia um companheiro digno, mas não conheceu nenhum. Os anos se passaram, e Lucy se conformou com o fato de que jamais se casaria. Então, quando já tinha passado dos quarenta anos, ela conheceu Dick. Foi um caso de amor à primeira vista. Havia apenas um problema: Dick não era membro da Igreja. Será que Lucy sucumbiu à velha armadilha de casar-se por desespero, com a frágil esperança de que um dia ele se tornaria membro da Igreja? Não. Lucy não o faria. Era muito sábia para isso. Ela simplesmente lhe disse: “Dick, acho você maravilhoso, mas nunca seremos felizes se namorarmos”.

“Por que não?” perguntou ele.

“Porque você não é mórmon”.

“Como é que faço para me tornar mórmon? Quero ser seu namorado”. Ele estudou o evangelho. Ela respondeu às suas perguntas. Ele adquiriu um testemunho e foi batizado.

Então, ele disse: “Lucy, agora que sou membro, podemos finalmente nos casar”.

Lucy respondeu: “Oh, Dick, eu o amo tanto. Agora que é membro da Igreja, você não se contentaria com nada menos do que um casamento no templo”.

“Quanto tempo isso vai levar, Lucy?”

“Aproximadamente um ano, se cumprirmos as exigências”. Um ano depois, Lucy e Dick entraram na Casa do Senhor.

Lucy viveu como declara este poema:

Ouse ser mórmon;
Ouse ficar sozinho;
Ouse ter um firme propósito;
E ouse expressá-lo.
8

Planejem seu futuro com um propósito.

Terceiro: Estruturem Sua Vida com Fé.

Em meio à confusão de nossos dias, os conflitos de consciência e o tumulto da vida diária, uma fé duradoura é uma âncora em nossa vida.

As criancinhas podem dar-nos exemplos interessantes de fé. Há algum tempo, copiei de uma de nossas revistas uma pequena coletânea de “Cartas de Crianças para Deus”. Achei-as muito interessantes.

O pequeno Mark escreveu: “Querido Deus, fico esperando a primavera, mas ela nunca chega. O que aconteceu? Não vá se esquecer”.

Outra criança declarou: “Querido Deus, se foi você quem criou a regra de que as crianças devem levar o lixo para fora, por favor, mude-a”.

O pequeno Mickey escreveu: “Querido Deus, se você estiver me vendo na Igreja no domingo, vou lhe mostrar meus sapatos novos”.

Jeff escreveu: “Querido Deus, é incrível a maneira como você sempre coloca as estrelas no lugar certo. Por que não faz o mesmo com a lua?”

Joyce escreveu: “Querido Deus, obrigada pelo meu irmãozinho, mas eu orei pedindo um cachorrinho”.

A de que mais gosto é esta, de Matthew: “Querido Deus, eu leio o seu livro e gosto dele”. Então, ele pergunta: “Algum dia, eu gostaria de escrever um livro com esse mesmo tipo de histórias. De onde é que você tira essas idéias? Tudo de bom”.9

A verdadeira fé exige determinação, e o tipo de determinação exigida é aquela que foi exemplificada por uma universitária de 21 anos, que declarou:

“Nossa geração foi exposta, por todos os meios de comunicação, a medos maiores e menores — a pequena ameaça de não encontrarmos um companheiro se não usarmos certo tipo de pasta dental, ou o medo de não sermos aceitos se não cedermos a um padrão moral rebaixado porque essa é a ‘natureza dos animais’.

Muitos aceitam as premissas de que ‘Não se pode lutar contra a prefeitura’. ‘Viva o mais intensamente possível agora—porque amanhã seremos destruídos por uma guerra nuclear ou outro tipo de catástrofe.’

Sou antiquada o bastante para acreditar em Deus, para acreditar na dignidade e potencial de Sua criatura, o homem; e sou realista, não idealista, o bastante para saber que não sou a única que se sente assim.

Alguns dizem que, ao contrário de outras gerações, não temos nenhuma missão na vida—que tudo já nos foi dado. Não somos mimados, mas, sim empobrecidos espiritualmente. Não quero viver na pobreza da riqueza material—e não posso viver sozinha.”

Lembrem-se de que a fé e a dúvida não podem coexistir na mesma mente ao mesmo tempo, porque uma dissipa a outra. Sejam firmes em sua fé.

Lembro-me de algo que li sobre a mulher de um de nossos pioneiros. O nome dela era Catherine Curtis Spencer. O marido dela, Orson Spencer, era um homem sensível e muito bem educado. Ela fora criada em Boston, e era culta e refinada. Ela e Orson tiveram seis filhos. Depois de saírem de Nauvoo, sua saúde frágil se abateu pelas intempéries e dificuldades. O Élder Spencer escreveu aos pais dela, perguntando se Catherine poderia voltar a viver com eles enquanto ele estabelecia um lar para ela no oeste. A resposta deles foi: “Se ela renunciar à sua degradante religião, então pode voltar—caso contrário, jamais”. A irmã Spencer não renegou sua fé. Quando leram para ela a carta de seus pais, ela pediu ao marido que pegasse sua Bíblia e lesse um trecho do livro de Rute: “Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” Rute 1:16). Lá fora, a tempestade rugia, as lonas do carroção vazavam, e as amigas seguravam panelas sobre a cabeça da irmã Spencer para mantê-la seca. Nessas condições e sem nenhuma palavra de reclamação, ela fechou os olhos pela última vez.10

Embora talvez não tenhamos necessariamente que dar a vida a serviço de nosso Deus, podemos sem dúvida demonstrar nosso amor por Ele pela maneira como O servimos. Ele, que ouve nossas orações silenciosas, que observa nossas ações anônimas, vai recompensar-nos abertamente quando a necessidade chegar.

Se a dúvida bater em sua porta, digam simplesmente àqueles pensamentos cépticos, perturbadores e rebeldes: “Pretendo permanecer com minha fé, com a fé do meu povo. Sei que ali está a felicidade e a alegria, e proíbo vocês, pensamentos agnósticos e descrentes, de destruírem a casa da minha fé. Reconheço que não consigo explicar os milagres da Bíblia, e não tentarei fazê-lo, mas aceito a palavra de Deus. Não estive com Joseph, mas creio nele. Não adquiri a minha fé pela ciência e não permitirei que ela seja destruída pelo que as pessoas chamam de ciência. Quando eu mudar de opinião em relação a Deus e Sua obra, somente a inspiração de Deus poderá fazer com que eu a mude”.

Estruturem sua vida com fé.

Ao escolherem seus amigos com cautela, planejarem seu futuro com um propósito em vista e estruturarem sua vida com fé, merecerão a companhia do Santo Espírito. Terão um perfeito esplendor de esperança. Testificarão por experiência própria a veracidade da promessa do Senhor: “Eu, o Senhor, sou misericordioso e benigno para com aqueles que me temem e deleito-me em honrar aqueles que me servem em retidão e em verdade até o fim. Grande será sua recompensa e eterna sua glória” (D&C 76:5—6).

Dessas verdades perfeitas presto meu solene testemunho e invoco as bênçãos do nosso Pai Celestial sobre cada um de vocês, em nome de Jesus Cristo, o Senhor. Amém.

Notas

1. Letra de Joan Whitney e música de Alex Kramer, “Far Away Places” [Lugares Distantes], 1948.

2. Ver James Patterson e Peter Kim, The Day América Told the Truth: What People Really Believe About Everything That Really Matters [O Dia em que a América Disse a Verdade: Em Que as Pessoas Realmente Acreditam a Respeito de Tudo o que Realmente Importam] (1991).

3. Euclides a Ptolemeu I, de Proclus, Comentário sobre Euclides, Prólogo.

4. Carl Schurz, endereço, Boston, 18 de abril de 1859.

5. http://religiouslife.stanford.edu/memorial_church/ inscriptions.html

6. Ver Harold B. Lee. Conference Report, outubro de 1952, p. 17; Thomas S. Monson, Conference Report, abril de 1982, p. 84.

7. Alan Jay Lerner e Frederick Loewe, Camelot, 1960.

8. Thomas S. Monson, Conference Report, abril de 2000, p. 70; ou A Liahona, julho de 2000; ver também Mark E. Petersen, Conference Report,abril de 1952, p. 104.

9. Stuart Hample e Eric Marshall, comp., More Children´s Letters to God [Mais Cartas de Crianças para Deus] (1967); Hample e Marshall,, Children´s Letters to God: The New Collection [Cartas de Crianças para Deus: A Nova Coleção] (1991).

10. Ver Nicholas G. Morgan, “And Thus The Story Was Made” [E Assim Fez-se a História], Improvement Era, julho de 1940, p. 399; ver também Preston Nibley, Exodus to Greatness [Êxodo para a Grandeza] (1947), pp. 132—135.