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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mensagens da Presidencia da Estaca Anápolis - A posição da Igreja referente aos jogos de azar

Todos nós estamos aqui na Terra para aprendermos. E nada melhor que seguir os conselhos de nossos líderes locais e Lideres Gerais da Igreja. Então a intenção essa mensagem não é para julgar comportamento ou pessoas. mas alertar, através de algumas posições dos nossos amados profetas, que NEM TODOS CONHECEM, principalmente os membros novos que estão entrando para a Igreja, embora os membros mais experientes também possam se beneficiar....POIS SE A TROMBETA DAR SONIDO INCERTO, QUEM SE PREPARARÁ PARA A BATALHA? (1 Corintios 14:8)

A POSIÇÃO CONTRÁRIA DA IGREJA PERANTE OS JOGOS DE AZAR

1- CONTRARIO A ORDEM E DISCIPLINA DA IGREJA - Temos sido ensinados todos os dias de nossa voida que jogar cartas não é bom e contraria a ordem e a disciplina da Igreja. As autoridades tem apelado ao povo, além de ser publicado nos materiais da Igreja, que se abstenha desse prazer maléfico. Não obstante, alguns de nossos irmãos encaram o jogo de azar como passatempo inofensivo. mas extremamente pernicioso.

2- DESOBEDIENCIA AOS CONSELHOS DO SENHOR - Demonstra falta de obediencia aos conselhos do Senhor da parte dos membros que nele se comprazem; e mesmo que não houvesse outra observação, seria no mínimo um PERNICIOSO DESPERDÍCIO DE TEMPO, que poderia ter empregado em ocupação mais proveitosa.

3- UM HÁBITO COMO FUMAR E BEBER - Acredito nos esportes, na recreação e divertimento benéficos ao corpo e a mente do homem, e que os jogos do tipo apropriado são bons e devem ser praticados ocasionalmente (...)jogar cartas TORNA-SE UM HABITO exatamente como fumar e beber(...) na sua influência sobre o caráter é exatamente igual ao fumo e bebidas fortes. Não acredito em desperdiçar o tempo precioso, praticando alguma coisa condenada pelas autoridades da Igreja, ao darem conselhos conforme lhes vêem pela inspiração do Espírito do Senhor. Os Santos dos Ultimos Diasdevem confiar nos líderes e SEGUIR OS ENSINAMENTOS DAS AUTORIDADES DA IGREJA, pois falam com a voz de profecia e revelação( Pres. joseph Fielding Smith - Doutrinas de Salvação Volume 3 p 307-308)

4- JOSEPH F SMITH DIZ SOBRE JOGOS DE AZAR: Apesar de que o jogo de cartas em si seja talvez inofensivo, sem duvida alguma terminará pela repetição imoderada, numa paixão pelos jogos de azar em excesso, em perda de tempo precioso, embotamento e estupor mental e na completa destruição de sentimentos religiosos. estes são resultados graves...danos que devem e tem de ser evitados(...)O jogo de azar é um prazer excessivo. É inebriante e, portanto tem a natureza de um vício.(...)Dizei-me quais vossos entretenimentos preferidos e se já haveis tomado escravos deles, eu vos direi quem sois. entre os que se dedicam com frequência ao jogo de azar, poucos não se tornam escravos desse vício. (Doutrinas de Salvação Vol 3 p. 310)

5- PRESIDENTE BRIGHAM YOUNG ACONSELHA: Jogos carteados e outros jogos de azar devem ser evitados como caminho da destruição. todás essas praticas tem sido desencorajadas pelas Autoridades da Igreja desde o princípio.
(...)quando o batalhão mórmon foi convocado a defender o país, o Presidente Young disse a todos os voluntários: (...) que deviam evitar os jogos de azar e se tiverem baralhos, deveriam queima-los

Sei que estas coisas são verdadeiras...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos.

Estamos num mundo cheio de violência, desamor, egoísmo. E precisamos muito fugir desses males que estão afetando a vida de todas as pessoas. E existe um meio pela qual podemos estar mais próximo do Salvador, fortalecendo sua fé e evitando que sejas impregnado com os males do mundo. Essa meio, essa bussola fica em Marcos 10: 44 que diz:

"E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos."

Hoje em dia as pessoas querem muito, riquezas, sucesso, reconhecimento, e estão esquecendo que existiu uma Pessoa que esqueceu de si mesmo e deu a Sua vida por elas. Cristo deu a sua vida em favor a muitos, uma prova do divino amor ao próximo.

Existe outras formas que nos ajudam a estar distantes de sermos tragados pelas coisas do mundo: Provar o amor ao próximo. Muitos de nós queremos que outros demonstrem amor a nós primeiro para depois retribuir. Na realidade não é assim que funciona. Cristo novamente faz o convite:

"E qualquer que dentre vós quiser SER O PRIMEIRO, será servo de todos."

Com certeza esse convite foi dado à todos para que cada um tome a iniciativa de provar quanto amamos uma pessoa, na qual não devemos sempre cobrar dela algop que primeiramente devemos cobrar de nós mesmos. Não podemos cobrar demais a outra pessoa. Devemos cobrar a nós mesmos: SERÁ QUE ESTOU SENDO UMA BOA MÃE? SERÁ QUE EU ESTOU SENDO UM PAI EXEMPLAR? SERÁ QUE EU ESTOU DANDO MEU MAXIMO NA IGREJA? Esse convite resume em muito o que nós devemos fazer sempre. Para sermos amados, devemos amar, para que outros sacrifiquem o que é de valor deles, primeiramente nós que devemos fazer isso. É isso que mais importa.

O Elder Jeffrey R. Holland no seu discurso "Como Eu te amo" explica sobre como devemos mostrar o amor para todas as pessoas, como amigos, namorados, famílias, etc. E somente por meio de Cristo que poderemos saber como poderemos esquecer de nós mesmos para assim sermos os primeiros no Reino de Deus.

Sei que estas coisas são verdadeiras e fiéis. Muitos querem serem notados, muitos querem cobrar, mas será que gostariam de serem cobrados da mesma forma que cobram uns dos outros. Sei que somente o verdadeiro amor prova quem é cristão ou não. Somente aquele que cobra de si mesmo 100% a mais do que cobra de seu próximo saberá mesmo como obter o verdadeiro significado da palavra "COMPREENSÃO"

Abaixo está um trecho do discurso do Elder Ballard: Como eu te amo?



Deixo essas coisas em nome de Jesus Cristo, Amém.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

As Decisões Determinam o Destino - Presidente Thomas S. Monson Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência

As Decisões Determinam o Destino

Presidente Thomas S. Monson
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
Serão do SEI para Jovens Adultos • 6 de novembro de 2005 • Universidade Brigham Young

Presidente Thomas S. MonsonVocês são um grupo glorioso, uma geração escolhida, reunidos tanto aqui no Marriott Center da Universidade Brigham Young quanto em muitos outros lugares. É uma honra estar com vocês, e quero que saibam que não existe nenhum outro lugar na Terra no qual eu preferiria estar esta noite.

Venho cumprir esta designação depois de sincera oração pessoal. Peço sua fé; peço suas orações.

Ao olhar para vocês aqui reunidos e pensar nos que estão reunidos em outros locais, meus pensamentos se voltam para seus pais. Por muitos anos, tive o privilégio de participar de conferências de estaca quase todas as semanas e ficar na casa de um presidente de estaca, ou de um conselheiro de presidente de estaca. Às vezes, aconteciam coisas muito interessantes. Houve ocasiões em que um dos filhinhos, sem saber que a mãe e o pai tinham cedido seu quarto e sua cama para uma Autoridade Geral, entrava sorrateiramente no quarto deles, bem cedo pela manhã, pensando que estava subindo na cama da mãe e do pai — para então descobrir, surpreso e confuso, que cometera um engano.

Em certa ocasião, há muitos anos, quando eu visitava a estaca Indianápolis, lembro que o Presidente Lowe, que estava na Universidade Purdue, me perguntou: “Irmão Monson, gostaria de vir até minha casa e passar o sábado à noite conosco, ou prefere dispensar a viagem de sessenta quilômetros e ficar na casa de meu conselheiro em Indianápolis?”

Respondi: “Bem, Presidente Lowe, já é tarde da noite, e se não se importar, ficarei com o seu conselheiro, aqui em Indianápolis”.

Na manhã seguinte, o Presidente Lowe encontrou-se comigo às oito da manhã e disse: “Irmão Monson, sua decisão foi inspirada”.

Perguntei: “Como assim?”

Ele respondeu: “Bem, temos um filho que está cursando a universidade, e estávamos planejando ceder-lhe nosso quarto, na noite de sábado. Mas sem que soubéssemos, de modo totalmente inesperado, nosso filho voltou para casa às duas da manhã, entrou pela porta da frente, subiu as escadas até nosso quarto, acendeu a luz e gritou: ‘Surpresa!’”

Não sei quem teria ficado mais surpreso naquele momento, se eu tivesse ficado na casa do presidente da estaca — o rapaz ou eu! Acho que foi bom não sabermos.

Bem, meus jovens amigos, que vida emocionante os aguarda! Pode ser que não se tornem um John Cabot, cruzando os mares azuis com a autorização do rei para descobrir novas terras, ou um capitão James Cook, cujas viagens de descobrimento levaram-no para “lugares distantes com nomes estranhos”.1 Mas vocês podem ser exploradores em espírito, com o encargo de tornar este mundo melhor descobrindo maneiras aperfeiçoadas de se viver e de fazer as coisas. O espírito de exploração, seja da superfície da Terra, da imensidão do espaço ou dos princípios do bem viver, inclui o desenvolvimento da capacidade de enfrentar os problemas com coragem; o desapontamento, com bom ânimo; e o triunfo, com humildade.

Muitos devem conhecer o musical “Um Violinista no Telhado”. É um dos meus favoritos. Rimos quando vemos o antiquado pai de uma família de judeus da Rússia tentando se adaptar aos tempos modernos que lhe são impostos em sua casa por suas belas filhas. Com entusiasmo, elas cantam a música da casamenteira. “Casamenteira, casamenteira, encontre-me um par”. Tevye, o pai, canta sua réplica: “Se Eu Fosse um Homem Rico”. Lágrimas afloram aos olhos das pessoas ao ouvirem o lindo som de “Sunrise, Sunset” [Nascer do Sol, Por do Sol] e sentir o amor de Tevye por sua cidade natal quando o elenco canta “Anatevka”.

A alegria transmitida nas danças, o ritmo da música, a excelente interpretação, tudo se torna menos importante quando Tevye expressa o que considero ser a mensagem central da peça. Ele reúne suas queridas filhas e com a simplicidade de um camponês, aconselha-as a ponderarem seu futuro. “Lembrem-se,” Tevye adverte: “em Anatevka sabemos quem somos e o que Deus espera que nos tornemos”.

Como santos dos últimos dias, sabemos quem somos e o que Deus espera que nos tornemos. Ouçam a verdade que nos foi ensinada no primeiro livro de Moisés, chamado Gênesis: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. (...) E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (...) E Deus os abençoou” (Gênesis 1:26—27).

“Criados à imagem de Deus.” Não podemos sinceramente manter essa convicção sem termos um profundo sentimento de força e poder. Como santos dos últimos dias, sabemos que vivemos antes de vir para a Terra, que a mortalidade é um período probatório no qual podemos mostrar que somos obedientes aos mandamentos de Deus e assim tornar-nos dignos da glória celestial. Sim, sabemos quem somos e o que Deus espera que nos tornemos. Esse conhecimento, porém, não nos garante sucesso em nossa meta de alcançar a vida eterna.

Nos últimos cinqüenta anos, houve em todo mundo um gradual, porém contínuo declínio em muitos aspectos da vida. Vemos relacionamentos sem moralidade, ciência sem humanidade, conhecimento sem caráter, negócios sem ética, adoração sem sacrifício, prazer sem consciência, política sem princípios e riqueza sem trabalho.

Talvez o renomado escritor Charles Dickens tenha descrito melhor os nossos dias ao descrever um período que ocorreu há mais de dois séculos. Sua obra clássica, Um Conto de Duas Cidades, começa assim:

Era a melhor das épocas e a pior das épocas;
Uma era de sabedoria, uma era de insensatez;
Uma época de crença, uma época de incredulidade;
Um tempo de Luz, um tempo de Trevas;
A primavera da esperança, o inverno do desespero;
Tínhamos tudo diante de nós, não tínhamos nada diante de nós.

Este é o seu mundo. O futuro está em suas mãos. O resultado depende de vocês. O caminho para a exaltação não é uma auto-estrada com visão ilimitada, velocidade irrestrita e habilidades não comprovadas. Em vez disso, é uma estrada conhecida por suas muitas bifurcações, desvios, curvas fechadas e limites de velocidade. Sua habilidade ao volante será colocada à prova. Estão prontos? Vocês estão dirigindo. Nunca passaram por este caminho antes. Felizmente, o Mestre Construtor de Rodovias, sim, o nosso Pai Celestial, providenciou um mapa da estrada mostrando a rota a seguir. Ele colocou indicações e sinais ao longo do caminho para guiá-los a seu destino. Talvez vocês reconheçam alguns deles:

• “Honra teu pai e tua mãe” (Êxodo 21:12).
• “Examinai as escrituras; porque (...) são elas que de mim testificam” (João 5:39).
• “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça” (Mateus 6:33).
• “Sede puros.” (3 Néfi 20:41).

O maligno também colocou sinais na estrada para frustrar seu progresso e tirá-los do caminho da verdade e desviá-los para o pecado. Seus desvios levam-nos a uma estrada sem saída. Todos os desvios dele terminam em ruas sem saída. Vocês já viram suas placas?

• Uma vez só não faz mal.
• Não vai prejudicar ninguém.
• Amo quem eu quiser, a vida é minha.
• Os tempos mudaram.

Chegamos, então, ao momento de enfocar a responsabilidade de escolher, a inevitável crise nos momentos decisivos da vida. Aquele que os conduz para baixo espera pacientemente uma noite escura, uma hesitação, uma consciência confusa, uma mente desorientada. Vocês estão preparados para tomar decisões nesses momentos da vida?

Nunca será demais salientar que as decisões determinam o destino. Vocês não podem tomar decisões eternas sem conseqüências eternas.

Gostaria de deixar com vocês uma fórmula bem simples pela qual podem avaliar as escolhas que tiverem de fazer. Ela é fácil de lembrar, mas às vezes difícil de ser aplicada: Vocês não podem estar certos fazendo coisas erradas; não podem estar errados fazendo coisas certas. Sua consciência pessoal sempre vai avisá-los, como um amigo, antes de puni-los como juiz.

O Senhor, em uma revelação dada por intermédio do Profeta Joseph Smith, em Kirtland, Ohio, em maio de 1831, aconselhou: “Aquilo que não edifica não é de Deus e é trevas. Aquilo que é de Deus é luz” (D&C 50:23—24).

Algumas pessoas insensatas dão as costas para a sabedoria de Deus e seguem a sedução da moda transitória, a atração da falsa popularidade e a emoção do momento. Seu modo de agir se parece muito com a desastrosa decisão de Esaú, que trocou sua primogenitura por um prato de lentilhas.

Para ilustrar, gostaria de compartilhar com vocês os resultados de uma pesquisa realizada por uma organização fidedigna, que foi publicada em uma revista de âmbito nacional.2 A pesquisa se chamava: “Você Faria, por Dez Milhões de Dólares?” Faço para vocês as mesmas perguntas da pesquisa:

• Por dez milhões em dinheiro, você deixaria sua família para sempre?
• Você se casaria com alguém que não ama?
• Abandonaria todos os seus amigos para sempre?
• Passaria um ano na prisão por uma acusação forjada?
• Tiraria a roupa em público?
• Aceitaria um emprego perigoso no qual teria uma chance em dez de perder a vida?
• Seria mendigo por um ano?

Dentre as pessoas consultadas, um por cento deixaria a família, 10 por cento se casaria sem amor, 11 por cento abandonaria os amigos, 12 por cento se despiria em público, 13 por cento passaria um ano na prisão, 14 por cento aceitaria um emprego perigoso e 21 por cento seria mendigo por um ano.

Quando o dinheiro, em vez da moralidade, rege as ações de uma pessoa, ela tende a afastar-se de Deus. Afastar-se de Deus resulta em convênios violados, sonhos destruídos, ambições desfeitas, expectativas não cumpridas, esperanças perdidas e vidas arruinadas.

É dessa armadilha de areia movediça que peço que fujam. Vocês têm uma herança nobre. A vida eterna no reino de nosso Pai é a sua meta. Essa meta não é alcançada com uma única tentativa gloriosa, mas como resultado de toda uma vida justa, o acúmulo de escolhas sábias e a constância de propósito. Tal como a nota dez em um boletim de um curso universitário difícil e obrigatório, a recompensa da vida eterna exige muito esforço.

Existe uma fábula a respeito de Euclides, o Faraó e a geometria. Conta-se que o Faraó, encantado com algumas explicações e demonstrações de Euclides, quis aprender geometria, e Euclides se propôs a ensiná-lo. Ele estudou por um breve período de tempo e então chamou Euclides e disse que o processo era lento demais para ele. Ele era o Faraó; devia haver um caminho mais curto. Ele não queria gastar todo o seu tempo para aprender geometria. Então Euclides declarou esta grande verdade. Ele disse à sua majestade: “Não existe um caminho digno de um rei para a geometria”.3

Meus jovens amigos, não existe um caminho fácil para a salvação e exaltação. Não existe um caminho fácil para termos sucesso em qualquer empreendimento. A nota dez é o resultado de cada tema, cada teste, cada aula, cada exame e cada prova final. Portanto, cada oração sincera, cada reunião da Igreja a que assistimos, cada amigo digno, cada decisão justa, cada ato de serviço realizado, tudo isso precede a meta da vida eterna.

Há poucos meses, quando voltava de uma designação na Alemanha, olhei pela janela do avião e maravilhei-me com as estrelas por meio das quais o navegador traçava nosso curso. Pensei em vocês e na oportunidade que teria de estar aqui esta noite. Pensei nesta verdade: “Os ideais são como as estrelas; não precisam ser tocados com as mãos. Mas podem escolhê-los como guia e, ao segui-los, chegarão ao seu destino”.4

Quais são os ideais que, se forem seguidos, vão proporcionar-lhes as bênçãos que vocês tanto procuram, ou seja, paz de consciência, um coração repleto de paz, uma família amorosa e um lar feliz?

Gostaria de sugerir estas três:

Escolham seus amigos com cautela.

Planejem seu futuro com um propósito.

Estruturem sua vida com fé.

Primeiro: Escolham Seus Amigos com Cautela.

Em uma pesquisa feita em algumas alas e estacas da Igreja, aprendemos algo muito importante. As pessoas cujos amigos se casaram no templo geralmente se casam no templo, ao passo que as pessoas cujos amigos não se casaram no templo geralmente também não se casam no templo. A influência dos amigos parece ser um fator mais importante do que o desejo dos pais, as instruções recebidas em sala de aula ou a proximidade do templo.

Tendemos a tornar-nos semelhantes àqueles que admiramos. Assim como no relato clássico de Nathaniel Hawthorne, “O Grande Rosto de Pedra”, adotamos as maneiras, as atitudes e até a conduta das pessoas a quem admiramos—que normalmente são os nossos amigos. Associem-se a pessoas que, tal como vocês, não estejam planejando para conveniência temporária ou por ambições mesquinhas, mas, sim, para as coisas que mais importam—os objetivos eternos.

Inscrita na parede do Salão Memorial da Universidade de Stanford está a seguinte verdade: “Tudo o que não é eterno é curto demais, e tudo o que não é infinito é pequeno demais”.5

Além do círculo de seus amigos terrenos, espero que vocês façam do Pai Celestial o seu amigo. Ele está sempre perto para responder a oração sincera. Sendo o Pai de nosso espírito e tendo-nos criado à Sua própria imagem, conhecendo o fim desde o princípio, Sua sabedoria não falhará e Seu conselho será sempre verdadeiro. Façam Dele um amigo.

Há outro amigo importante que devem ter: é o bispo de sua ala. Ele foi chamado por Deus por profecia e pela imposição das mãos, por alguém que tinha autoridade. Ele tem o direito a receber ajuda divina para dar-lhes conselhos e orientação. Façam dele um amigo.

Bem me lembro dos desafios que enfrentavam os jovens da ala, que presidi como bispo. Certa noite, uma bela adolescente foi até minha sala com seu namorado para conversar comigo. Os dois estavam muito apaixonados, e a tentação estava começando a tirar o melhor que havia neles.

Em nossa conversa, ambos prometeram um ao outro que resistiriam às tentações e que manteriam em sua mente a meta de um casamento no templo. Sugeri o curso de ação a ser seguido e senti-me inspirado a dizer: “Se estiverem em uma situação comprometedora e precisarem de auxílio adicional, podem ligar para mim, não importa a hora”.

Certa madrugada, à 1 hora da manhã, o telefone tocou, e ouvi alguém dizer: “Bispo, é a Susan. Lembra que pediu que eu ligasse, quando me sentisse tentada? Bem, bispo. Estou nessa situação”. Perguntei onde ela estava, e ela descreveu um estacionamento muito popular, no Vale do Lago Salgado. Ela e o noivo tinham caminhado até a cabine telefônica mais próxima para fazer a ligação. O ambiente não era ideal para dar conselhos, mas a necessidade era muito grande, e o jovem casal estava receptivo.

Não mencionarei quantas vezes Susan me ligou. Contudo, quando o carteiro trouxe o convite de casamento deles a minha esposa leu: “O Sr. e a Sra. Jones têm o prazer de convidá-los para a recepção nupcial de sua filha Susan”, ela suspirou e exclamou: “Graças aos céus!” Quando li no canto de baixo do convite, em letras pequenas, “Casados no Templo de Salt Lake”, disse para mim mesmo: “Graças aos céus pela força dos jovens santos dos últimos dias”.

Escolham seus amigos com cautela.

Segundo: Planejem Seu Futuro com um Propósito.

O grande escritor Thomas Carlyle disse: “Um homem sem um propósito é como um navio sem leme—um errante, um nada, um ninguém. Tenha um propósito na vida, e quando o tiver, entregue-se de corpo e alma ao trabalho que Deus lhe concedeu”.6

Há muitos anos, servi como presidente de missão. Tive 450 missionários dedicados e maravilhosos. Quando voltamos para casa, em Salt Lake City, após três anos, minha querida esposa e eu ficamos um pouco surpresos, certa noite, quando fizemos um levantamento entre nossos missionários e descobrimos que havia algumas missionárias que ainda não tinham encontrado um companheiro eterno. Decidimos que faríamos o que pudéssemos para ajudar. Eu disse à minha esposa: “Frances, vamos planejar com um propósito e convidar três ou quatro de nossas adoráveis missionárias para virem à nossa casa. Vamos fazer uma atividade na qual elas poderão nos dizer qual de todos os missionários que retornaram do campo e que ainda estão solteiros elas gostariam de convidar para um pequeno serão em nossa casa. Depois, mostraremos fotografias da missão e arranjaremos os lugares para que eles se conheçam melhor”. Fizemos isso, e posso dizer que as quatro moças que convidamos aceitaram com muito entusiasmo o nosso desafio.

Colocamos fotografias tamanho 13 por 18 de todos os nossos missionários em caixas de sapato. Tínhamos quatro dessas caixas, com fotografias de missionários em cada uma dela. Quando as quatro moças estavam sentadas em nossa sala de estar, eu disse a cada uma delas: “Aqui está um presente. Olhem em sua caixa e digam qual das fotografias mostra o rapaz que vocês mais gostariam de convidar para este serão”. Foi uma cena interessante. Creio que a única maneira de descrevê-la adequadamente é fazendo uma pergunta. Vocês já viram crianças na manhã de Natal? Prosseguimos com nosso plano e convidamos os quatro rapazes escolhidos para juntarem-se às quatro moças em nossa casa, e tivemos uma noite gloriosa. No final da noite, notei um casal deles caminhando lentamente pela calçada, e disse para minha mulher: “Parece promissor”. Eles estavam andando bem juntinhos.

Não se passou muito tempo até eu receber um telefonema daquele rapaz. Ele disse: “Presidente Monson, lembra-se de que eu prometi que se me apaixonasse um dia eu iria informá-lo disso?”

Respondi: “Lembro, sim”.

Ele prosseguiu: “Presidente, estou apaixonado”.

Repliquei: “Que bom. Quem é a pessoa?”

Ele disse: “Não vai adivinhar”.

Fui discreto; não adivinhei. Disse: “Conte-me”. E ele disse o nome da missionária com a qual ele tinha caminhado de mãos dadas ao saírem de nossa festa naquela noite. Eles já estão casados há 42 anos e têm cinco filhos e muitos netos.

Alguns de vocês ao alcance de minha voz já se casaram; outros ainda estão procurando aquela pessoa especial com quem vão passar a eternidade. Para os que se encontram nessa última categoria, em sua busca pelo homem ou pela mulher de seus sonhos, ouçam o conselho dado pelo rei Arthur no musical “Camelot”. Ao enfrentar um dilema particularmente difícil, o rei Arthur poderia estar falando a todos nós quando declarou: “Não podemos deixar que nossas paixões destruam nossos sonhos”.7 Sigam esse conselho tão vital. Peço que se apeguem firmemente a seus padrões. Peço que não hesitem.

Quando eu era menino, tive uma professora da Escola Dominical muito especial, que já faleceu. Seu nome era Lucy Gertsch.

Lucy era muito amável e bondosa. Ela merecia um companheiro digno, mas não conheceu nenhum. Os anos se passaram, e Lucy se conformou com o fato de que jamais se casaria. Então, quando já tinha passado dos quarenta anos, ela conheceu Dick. Foi um caso de amor à primeira vista. Havia apenas um problema: Dick não era membro da Igreja. Será que Lucy sucumbiu à velha armadilha de casar-se por desespero, com a frágil esperança de que um dia ele se tornaria membro da Igreja? Não. Lucy não o faria. Era muito sábia para isso. Ela simplesmente lhe disse: “Dick, acho você maravilhoso, mas nunca seremos felizes se namorarmos”.

“Por que não?” perguntou ele.

“Porque você não é mórmon”.

“Como é que faço para me tornar mórmon? Quero ser seu namorado”. Ele estudou o evangelho. Ela respondeu às suas perguntas. Ele adquiriu um testemunho e foi batizado.

Então, ele disse: “Lucy, agora que sou membro, podemos finalmente nos casar”.

Lucy respondeu: “Oh, Dick, eu o amo tanto. Agora que é membro da Igreja, você não se contentaria com nada menos do que um casamento no templo”.

“Quanto tempo isso vai levar, Lucy?”

“Aproximadamente um ano, se cumprirmos as exigências”. Um ano depois, Lucy e Dick entraram na Casa do Senhor.

Lucy viveu como declara este poema:

Ouse ser mórmon;
Ouse ficar sozinho;
Ouse ter um firme propósito;
E ouse expressá-lo.
8

Planejem seu futuro com um propósito.

Terceiro: Estruturem Sua Vida com Fé.

Em meio à confusão de nossos dias, os conflitos de consciência e o tumulto da vida diária, uma fé duradoura é uma âncora em nossa vida.

As criancinhas podem dar-nos exemplos interessantes de fé. Há algum tempo, copiei de uma de nossas revistas uma pequena coletânea de “Cartas de Crianças para Deus”. Achei-as muito interessantes.

O pequeno Mark escreveu: “Querido Deus, fico esperando a primavera, mas ela nunca chega. O que aconteceu? Não vá se esquecer”.

Outra criança declarou: “Querido Deus, se foi você quem criou a regra de que as crianças devem levar o lixo para fora, por favor, mude-a”.

O pequeno Mickey escreveu: “Querido Deus, se você estiver me vendo na Igreja no domingo, vou lhe mostrar meus sapatos novos”.

Jeff escreveu: “Querido Deus, é incrível a maneira como você sempre coloca as estrelas no lugar certo. Por que não faz o mesmo com a lua?”

Joyce escreveu: “Querido Deus, obrigada pelo meu irmãozinho, mas eu orei pedindo um cachorrinho”.

A de que mais gosto é esta, de Matthew: “Querido Deus, eu leio o seu livro e gosto dele”. Então, ele pergunta: “Algum dia, eu gostaria de escrever um livro com esse mesmo tipo de histórias. De onde é que você tira essas idéias? Tudo de bom”.9

A verdadeira fé exige determinação, e o tipo de determinação exigida é aquela que foi exemplificada por uma universitária de 21 anos, que declarou:

“Nossa geração foi exposta, por todos os meios de comunicação, a medos maiores e menores — a pequena ameaça de não encontrarmos um companheiro se não usarmos certo tipo de pasta dental, ou o medo de não sermos aceitos se não cedermos a um padrão moral rebaixado porque essa é a ‘natureza dos animais’.

Muitos aceitam as premissas de que ‘Não se pode lutar contra a prefeitura’. ‘Viva o mais intensamente possível agora—porque amanhã seremos destruídos por uma guerra nuclear ou outro tipo de catástrofe.’

Sou antiquada o bastante para acreditar em Deus, para acreditar na dignidade e potencial de Sua criatura, o homem; e sou realista, não idealista, o bastante para saber que não sou a única que se sente assim.

Alguns dizem que, ao contrário de outras gerações, não temos nenhuma missão na vida—que tudo já nos foi dado. Não somos mimados, mas, sim empobrecidos espiritualmente. Não quero viver na pobreza da riqueza material—e não posso viver sozinha.”

Lembrem-se de que a fé e a dúvida não podem coexistir na mesma mente ao mesmo tempo, porque uma dissipa a outra. Sejam firmes em sua fé.

Lembro-me de algo que li sobre a mulher de um de nossos pioneiros. O nome dela era Catherine Curtis Spencer. O marido dela, Orson Spencer, era um homem sensível e muito bem educado. Ela fora criada em Boston, e era culta e refinada. Ela e Orson tiveram seis filhos. Depois de saírem de Nauvoo, sua saúde frágil se abateu pelas intempéries e dificuldades. O Élder Spencer escreveu aos pais dela, perguntando se Catherine poderia voltar a viver com eles enquanto ele estabelecia um lar para ela no oeste. A resposta deles foi: “Se ela renunciar à sua degradante religião, então pode voltar—caso contrário, jamais”. A irmã Spencer não renegou sua fé. Quando leram para ela a carta de seus pais, ela pediu ao marido que pegasse sua Bíblia e lesse um trecho do livro de Rute: “Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” Rute 1:16). Lá fora, a tempestade rugia, as lonas do carroção vazavam, e as amigas seguravam panelas sobre a cabeça da irmã Spencer para mantê-la seca. Nessas condições e sem nenhuma palavra de reclamação, ela fechou os olhos pela última vez.10

Embora talvez não tenhamos necessariamente que dar a vida a serviço de nosso Deus, podemos sem dúvida demonstrar nosso amor por Ele pela maneira como O servimos. Ele, que ouve nossas orações silenciosas, que observa nossas ações anônimas, vai recompensar-nos abertamente quando a necessidade chegar.

Se a dúvida bater em sua porta, digam simplesmente àqueles pensamentos cépticos, perturbadores e rebeldes: “Pretendo permanecer com minha fé, com a fé do meu povo. Sei que ali está a felicidade e a alegria, e proíbo vocês, pensamentos agnósticos e descrentes, de destruírem a casa da minha fé. Reconheço que não consigo explicar os milagres da Bíblia, e não tentarei fazê-lo, mas aceito a palavra de Deus. Não estive com Joseph, mas creio nele. Não adquiri a minha fé pela ciência e não permitirei que ela seja destruída pelo que as pessoas chamam de ciência. Quando eu mudar de opinião em relação a Deus e Sua obra, somente a inspiração de Deus poderá fazer com que eu a mude”.

Estruturem sua vida com fé.

Ao escolherem seus amigos com cautela, planejarem seu futuro com um propósito em vista e estruturarem sua vida com fé, merecerão a companhia do Santo Espírito. Terão um perfeito esplendor de esperança. Testificarão por experiência própria a veracidade da promessa do Senhor: “Eu, o Senhor, sou misericordioso e benigno para com aqueles que me temem e deleito-me em honrar aqueles que me servem em retidão e em verdade até o fim. Grande será sua recompensa e eterna sua glória” (D&C 76:5—6).

Dessas verdades perfeitas presto meu solene testemunho e invoco as bênçãos do nosso Pai Celestial sobre cada um de vocês, em nome de Jesus Cristo, o Senhor. Amém.

Notas

1. Letra de Joan Whitney e música de Alex Kramer, “Far Away Places” [Lugares Distantes], 1948.

2. Ver James Patterson e Peter Kim, The Day América Told the Truth: What People Really Believe About Everything That Really Matters [O Dia em que a América Disse a Verdade: Em Que as Pessoas Realmente Acreditam a Respeito de Tudo o que Realmente Importam] (1991).

3. Euclides a Ptolemeu I, de Proclus, Comentário sobre Euclides, Prólogo.

4. Carl Schurz, endereço, Boston, 18 de abril de 1859.

5. http://religiouslife.stanford.edu/memorial_church/ inscriptions.html

6. Ver Harold B. Lee. Conference Report, outubro de 1952, p. 17; Thomas S. Monson, Conference Report, abril de 1982, p. 84.

7. Alan Jay Lerner e Frederick Loewe, Camelot, 1960.

8. Thomas S. Monson, Conference Report, abril de 2000, p. 70; ou A Liahona, julho de 2000; ver também Mark E. Petersen, Conference Report,abril de 1952, p. 104.

9. Stuart Hample e Eric Marshall, comp., More Children´s Letters to God [Mais Cartas de Crianças para Deus] (1967); Hample e Marshall,, Children´s Letters to God: The New Collection [Cartas de Crianças para Deus: A Nova Coleção] (1991).

10. Ver Nicholas G. Morgan, “And Thus The Story Was Made” [E Assim Fez-se a História], Improvement Era, julho de 1940, p. 399; ver também Preston Nibley, Exodus to Greatness [Êxodo para a Grandeza] (1947), pp. 132—135.

sábado, 26 de junho de 2010

Bispo H. David Burton, “A Estrada da Vida”

Serão do SEI para Jovens Adultos • 2 de maio de 2010 • Universidade Brigham Young–Havaí

Aloha, irmãos e irmãs! A Irmã Burton e eu estamos encantados por podermos passar alguns minutos com vocês neste belo dia do Senhor aqui no campus da Universidade Brigham Young-Havaí, juntamente com os jovens adultos de muitos países. É emocionante ver e sentir as muitas culturas representadas neste campus e nesta própria congregação. Gostaríamos de ver pessoalmente as muitas outras congregações que estão nas sedes de estaca e de instituto de religião do mundo inteiro e se reuniram hoje para participar da transmissão deste serão do SEI.

Eu adoro o som e o significado da palavra aloha! Vocês devem saber que aloha no idioma havaiano quer dizer muitas coisas, como afeto, amor, paz, compaixão, solidariedade, pena, misericórdia, bondade, ou graça. Ao longo dos últimos 150 anos ela também foi usada no mesmo contexto das palavras inglesas hello e good-bye [olá e adeus]. Esses sentimentos a tornam tanto uma adorável saudação como uma profunda expressão de despedida.

Vivemos em Uma Época de Valores Conflitantes

O conceito de aloha é tão importante no Havaí que o “Espírito do Aloha” foi definido e faz parte dos estatutos do estado do Havaí. Aloha significa demonstrar carinho e afeto sem esperar nada em troca. Significa reconhecer a importância de cada pessoa para a existência coletiva. Também significa “ouvir o que não é dito, ver o que não se pode ver e saber o que não se pode conhecer”.1 O Espírito do Aloha abrange belos princípios do evangelho: princípios de fé, princípios em torno do “não julgueis, para que não sejais julgados” (Mateus 7:1). Ele enfatiza a importância do indivíduo e a compaixão. O mundo não seria maravilhoso se todos adotássemos plenamente o espírito do aloha?

Recentemente o General David H. Petraeus discursou na Universidade Brigham Young–Provo. Ele mostrou ter um maravilhoso senso de humor ao iniciar seu discurso com uma lista dos dez motivos pelos quais os formandos da Universidade Brigham Young dariam bons soldados. Eis alguns dos motivos: “Não há problema quando não sabem a patente de alguém, basta chamar a pessoa de irmão ou irmã fulano de tal.” “Nenhum deles é desertor. Simplesmente são chamados de menos ativos”. “Eles aceitam prontamente qualquer objetivo desde que saibam que será servido um lanche.” “Têm ideias inovadoras sobre como lidar com os rebeldes: como, por exemplo, designá-los como mestres familiares.” E finalmente, e talvez o mais importante: “São os ‘motoristas oficiais’ mais confiáveis do mundo depois das festas.”2 Faz bem à saúde sorrir das peculiaridades dos outros.

É um privilégio especial sermos filhos e filhas de um Pai Celestial vivo e termos a oportunidade de comunicar-nos com Ele e assim invocar Seu Espírito em nossas reuniões e em nossa vida pessoal. Tenho certeza de que todos reconhecem a imensa diferença que há entre fazer uma oração e orar. Diz-se que foi Santo Agostinho quem aconselhou: “Ore como se tudo dependesse de Deus. Trabalhe como se tudo dependesse de você.”3 Um velho provérbio de que gosto muito declara: “Fique muito tempo de joelhos para erguer-se a uma boa situação”. Acho inacreditável saber que há poucos dias um juiz federal dos Estados Unidos considerou inconstitucional a convocação para a observância voluntária de um Dia Nacional de Oração.

Em muitas partes do mundo, inclusive nos Estados Unidos, orar em locais públicos ou exibir qualquer tipo de símbolo religioso em um local público são coisas consideradas inconstitucionais ou contrárias à lei. Em vista disso, acho muito interessante um fato pouco conhecido: em Washington D. C., não pode haver nenhum edifício de qualquer tipo mais alto do que o Monumento a Washington. A ponta de alumínio do monumento fica a 169,3 metros acima do nível do solo. Gravadas no alto do monumento, naquele revestimento de alumínio, onde poucas pessoas conseguem ver, estão as palavras latinas Laus Deo. Laus Deo! Duas palavras aparentemente insignificantes e despercebidas foram colocadas no ponto mais alto da capital de um importante país. O que essas duas palavras em latim, compostas de quatro sílabas e apenas sete letras, significam? Elas simplesmente significam “louvado seja Deus”. Várias outras referências a Deus e a nosso Pai Celestial adornam aquela magnífica estrutura.

Louvado seja Deus. Laus Deo! Ao louvarmos de modo pessoal e coletivo o amoroso Pai Celestial, lembremo-nos do verdadeiro espírito do aloha ao pedir que Ele nos conceda sabedoria e bom senso e ao expressar gratidão a Ele pela bondade e misericórdia que tem por nós como um sábio e amoroso Pai Celestial! O Presidente Thomas S. Monson costuma nos recordar que “se lembrarmos que cada um de nós é literalmente um filho de Deus, não teremos dificuldade em achegar-nos a Ele em oração. Ele nos conhece e nos ama e deseja o melhor para nós.”4

Abraão Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos, é citado por ter supostamente dito: “Quando me preparo para falar ao povo, passo dois terços do tempo pensando no que eles desejam ouvir e um terço no que eu quero dizer.”5 Usando o método de preparação de Lincoln, orei e me angustiei para saber o que vocês desejariam e precisariam ouvir e o que eu deveria me esforçar para transmitir a vocês. Tentei colocar-me em seu lugar e imaginar como seria trilhar o caminho que vocês estão trilhando em 2010. Acho que muitos de vocês poderiam perfeitamente perguntar: “O que esse homem que tem 50 anos a mais que nós sabe a respeito das questões que os jovens enfrentam hoje?” Essa é uma pergunta muito boa e procedente! A resposta, na verdade é: provavelmente não muito, com relação às atividades diárias e as tentações e tudo aquilo que vocês têm de passar. Há, porém, aspectos importantes de nossa vida que são constantes, sempre foram constantes e nunca mudam. Talvez meus anos de experiência me permitam fazer algumas observações aprendidas na árdua escola da vida. Quando consultei meus netos universitários sobre o que gostariam de ouvir, sua resposta foi: “Seja simples, vovô”. “Seja direto, vovô”. E talvez o mais importante: “Seja breve, vovô”. Farei o melhor que puder para satisfazer às expectativas deles.

Posso compartilhar algumas noções que podem ser óbvias para praticamente todos nós? Vivemos numa época em que estão surgindo tumultos em meio às nações e culturas do mundo; elas estão em conflito. O rumo que a humanidade vai tomar no futuro é incerto. Com muita frequência, os jovens sentem a alma tomada pelo medo. Alguns perdem a fé no Senhor Jesus Cristo, e para muitos outros a esperança é apenas um sonho fugaz. O empenho constante de Satanás para dominar o coração e a alma dos homens prossegue inexoravelmente. A assim chamada “Geração X” parece incerta e talvez um pouco confusa por causa dos sinais ambíguos emitidos pela sociedade em geral.

Sabemos o Caminho que Devemos Seguir

Após ter ponderado sobre o que poderia dizer e consultado os céus, o Espírito me sussurrou, ou até gritou, que era preciso reassegurar aos jovens santos dos últimos dias que eles são literalmente filhos e filhas de um Pai Celestial amoroso, carinhoso e benevolente. Precisam ter a confirmação de que a fé no Senhor Jesus Cristo é importante. Precisam saber que não há absolutamente nenhum motivo para temor ou desespero se seguirmos a palavra do Senhor. Precisam saber que a esperança é e pode ser uma realidade, há abundância de oportunidades, a obediência é pré-requisito para a felicidade — que há um grande e eterno propósito nesta vida, e Satanás e seus seguidores serão silenciados. O evangelho de Jesus Cristo é verdadeiro. Há muitos profetas na Terra.

Acredito que o copo está realmente meio cheio ao invés de meio vazio. Meus jovens amigos, esta é uma época extraordinária para estarmos vivos. Temos uma grande missão a realizar e um destino divino. Sabemos disso e muito mais porque fomos abençoados com a compreensão do plano do Pai Celestial, que Ele designou especificamente para nossa felicidade, se abraçarmos plenamente o evangelho de Jesus Cristo.

Charles Dodgson, um inglês, escritor, matemático e especialista em lógica, do século dezenove, que escreveu sob o pseudônimo de Lewis Carroll, escreveu Alice no País das Maravilhas e sua sequência, Alice Através do Espelho.Também ficou conhecido por suas muitas citações perspicazes, uma das quais é: “Se você não sabe para onde vai, qualquer estrada vai levá-lo até lá”.6 Grande parte desse conceito é expresso também no instigante poema de Robert Frost, “O Caminho Menos Percorrido”:

“Dois caminhos divergiam em um bosque
E triste por não poder escolher ambos
Sendo um único viajante, quedei-me ali por muito tempo
E tentei ver o mais longe que consegui
Até o lugar em que um deles fazia a curva no meio da mata.

Então, olhei para o outro, igualmente belo,
E talvez mais atraente,
Por ser coberto de grama e pouco trilhado,
Embora exceto por essa diferença
Os dois caminhos parecessem iguais.

E naquela manhã ambos estavam
Cobertos de folhas recém-caídas.
Deixei o primeiro para outro dia!
Mas sabendo que um caminho leva a outro,
Tive dúvidas se voltaria um dia àquele lugar.

Faço este relato com um suspiro.
Há muito e muito tempo
Dois caminhos divergiam em um bosque, e eu
Optei pelo menos percorrido
E isso fez toda a diferença.7

Por termos sido abençoados com o conhecimento do plano de Deus para a felicidade dos Seus filhos eternos, nós, santos dos últimos dias, conhecemos nosso destino final e a rota que devemos tomar para chegar lá em segurança. Nós sabemos para onde vamos porque sabemos de onde viemos e por que estamos aqui.

O Plano de Deus É um Plano de Felicidade

Um exame rápido do plano do Pai Celestial pode ser útil. Somos todo filhos de Deus e existíamos antes de virmos a esta Terra. O plano foi elaborado para trazer a imortalidade e a vida eterna. Havia um único plano eterno e, quando o Pai o apresentou, todos jubilamos. Era o plano apresentado pessoalmente por Deus. Não havia diversos planos, como às vezes somos levados a crer. Entre os elementos do plano estavam o sexo masculino e o feminino. De fato, isso é uma parte essencial do plano. O plano foi ordenado antes que este mundo fosse criado e oferecia um meio para que todos pudessem ser exaltados. A família foi ordenada por Deus e tem uma importância fundamental para o plano. O Pai Celestial fala a Seus filhos por meio de profetas vivos. Os templos, juntamente com suas ordenanças de salvação, nos conectam com a eternidade. O plano exigia que alguém mostrasse o caminho e fosse nosso advogado junto ao Pai. O Salvador, Jesus Cristo, foi plenamente obediente e ofereceu-Se para que pudéssemos ter o arbítrio para agir por nós mesmos. Lúcifer (ou Satanás) rebelou-se e procurou compelir os filhos de Deus em vez de dar-lhes o arbítrio. Em nosso júbilo, regozijamo-nos quando Jesus Cristo foi escolhido e recebemos a oportunidade de vir à Terra, de receber um corpo, de adquirir experiência e de ser provados.

Ao trilhar a estrada da vida, esperamos seguir as normas e a sinalização da estrada. O profeta Alma, do Livro de Mórmon, explicou: “Portanto, depois de ter-lhes revelado o plano de redenção, Deus lhes deu mandamentos para que não praticassem o mal, sob pena de uma segunda morte, que era uma morte eterna com referência às coisas ligadas à retidão; pois sobre esses o plano de redenção não teria poder porque, de acordo com a suprema bondade de Deus, as obras de justiça não poderiam ser destruídas” (Alma 12:32).

Se formos obedientes e fiéis ao agarrar-nos à barra de ferro e ao viajar pela estrada indicada, podemos esperar a grandiosa e gloriosa oportunidade de uma vez mais voltar à presença de nosso Pai Celestial para viver com Ele eternamente, desfrutando todas as bênçãos que Ele reservou para os que se formarem com louvor nesta existência mortal. Ao se apegar firmemente aos padrões da Igreja, vocês terão mais felicidade na vida e serão um exemplo positivo para as pessoas ao seu redor. A proclamação sobre a família diz: “A felicidade na vida familiar é mais provável de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. O casamento e a família bem-sucedidos são estabelecidos e mantidos sob os princípios da fé, da oração, do arrependimento, do perdão, do respeito, do amor, da compaixão, do trabalho e de atividades recreativas salutares.8 É interessante notar que essas verdades simples encontradas no plano de felicidade do Pai Celestial são bastante mal compreendidas por muitos que não são de nossa religião.

Precisamos de tempo para contemplação, tempo para estudar, tempo para meditar e tempo para ponderar sobre esse plano maravilhoso. Precisamos pensar sobre a felicidade que o nosso Pai Celestial reservou para nós, conforme está delineado em Seu plano para Seus filhos. Lembrem que o plano do Senhor é um plano de felicidade. Gosto muito do modo como o Presidente Gordon B. Hinckley expressou isso: “O caminho será mais ameno, as preocupações menores e os confrontos menos difíceis se cultivarmos o espírito de felicidade”.9

“Em 2007, dois institutos de pesquisa norte-americanos fizeram sondagens entre jovens de 12 a 24 anos para descobrir o que lhes trazia felicidade.

“Entre outros, os resultados do estudo foram:

  • • Os jovens ‘dependem dos pais como fonte vital de segurança e felicidade.’

  • • ‘Os jovens tendem a buscar cada vez mais a felicidade na espiritualidade e na fé.’

  • • ‘O renovado interesse dos jovens pela estrutura familiar tradicional vai-se tornar cada vez mais forte.’

“Vejamos uma frase da conclusão desse estudo: ‘Embora nossas pesquisas iniciais já tivessem indicado que os jovens de hoje são mais tradicionais que os de gerações anteriores, foi com surpresa que constatamos o grau de entusiasmo que demonstraram por seu próprio casamento futuro e a família que pretendem constituir.’”10

Podemos Trilhar a Estrada da Vida com Sucesso

Adoro viajar, principalmente quando há tempo para viajar de carro ou cruzar o país pela via terrestre. Talvez um exemplo de viagem nos ajude a compreender melhor a estrada da vida que todos estamos trilhando.

Se, por exemplo, vocês decidirem viajar de Vermont, na costa Leste ou Atlântica dos Estados Unidos, para San Francisco, na costa Oeste ou Pacífica, seguindo exclusivamente pelo sistema interestadual de rodovias, o sistema MapQuest informa que a rota mais direta terá 4.950 km e exigirá quase 48 horas de viagem por carro. Ao longo do caminho há centenas de oportunidades para mudança de rota, cada uma adicionando alguns quilômetros a mais à viagem. Para ajudá-los a chegar em segurança ao seu destino, há sinais na estrada, avisos, limite de velocidade, marcadores e talvez até mesmo um sistema de posicionamento global no automóvel. Cada quilômetro viajado é registrado no odômetro do carro, e o progresso é medido quilômetro a quilômetro e hora por hora. Periodicamente durante a viagem é necessário descansar, encher o tanque de gasolina e procurar alimento para o corpo e para a mente.

Na jornada da vida, do nascimento até a morte, também temos muitas escolhas a fazer. Nosso progresso é medido, em parte, pela idade e pelas realizações. Temos as escrituras para nos orientar, alertar e incentivar, sendo elas um mapa para determinar os padrões de nossa vida. O Presidente James E. Faust frequentemente se referia ao Livro de Mórmon como o “texto para [nossa] dispensação”.11 Acho que ele quis sugerir que o Livro de Mórmon era um manual de instruções para que tenhamos sucesso em nossa jornada da vida. Assim como precisamos ter confiança na precisão das informações que vemos nos sinais rodoviários ao longo das estradas interestaduais, precisamos ter um testemunho pessoal das escrituras.

Néfi nos lembrou por que as escrituras são importantes na jornada da vida ao escrever para os leitores de hoje:

“E sei que o Senhor Deus consagrará minhas orações para o bem de meu povo. E as palavras que escrevi em fraqueza tornar-se-ão fortes para eles; porque os persuadem a fazer o bem; fazem com que saibam a respeito de seus pais; e falam de Jesus, persuadindo-os a acreditar nele e a perseverar até o fim, que é vida eterna.

“E falam asperamente contra o pecado, segundo a clareza da verdade; portanto nenhum homem se zangará com as palavras que escrevi, a não ser que ele seja do espírito do diabo” (2 Néfi 33:4–5).

Essas são as últimas palavras que Néfi registrou em sua parte do Livro de Mórmon. Nesses dois versículos Néfi menciona pelo menos cinco motivos pelos quais devemos estudar as escrituras, da mesma forma que estudamos um mapa de estrada em preparação para uma longa viagem através do país.

De modo semelhante, o último profeta a escrever no Livro de Mórmon explicou que podemos adquirir esse testemunho tão necessário sobre a veracidade do Livro de Mórmon quando nos lembrou: “E quando receberdes estas coisas, eu vos exorto a perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras; e se perguntardes com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará a verdade delas pelo poder do Espírito Santo” (Morôni 10:4).

O processo descrito por Morôni inclui, em primeiro lugar, o estudo. E em segundo lugar, fazer a pergunta certa. Nesse caso, a pergunta não é se ele é verdadeiro, mas, sim, se ele não é verdadeiro. Terceiro, uma manifestação genuína do desejo de conhecer a verdade. Quarto, ter fé suficiente para saber que sua pergunta terá resposta. Quinto, preparar-se para receber a resposta do Espírito Santo.

Como nossa viagem rodoviária nos leva a cruzar várias grandes cidades num labirinto de estradas muito trafegadas indo para toda direção, é fácil fazer uma curva errada e perder-nos ou até chegar a um beco sem saída. O temor ou até o desespero podem nos dominar, quando buscamos o porto seguro ou a estrada segura desejada. O mesmo acontece, meus jovens amigos, com a vida: podemos tornar-nos uma alma perdida, sucumbir às tentações do adversário e, com o tempo, perder de vista nosso destino original.

Ao longo da estrada da vida, um benevolente Pai Celestial tomou providências em Seu plano maravilhoso para esses desvios. Enviou Seu Filho Unigênito para ser nosso Salvador e Redentor. Não se deixem enganar, o pecado exige penitência. O profeta Alma lembra-nos que “O Senhor não pode encarar o pecado com o mínimo grau de tolerância” (Alma 45:16). Tal como o seguro que adquirimos para proteger nosso automóvel em caso de danos ou responsabilidades que podem ocorrer em nossa viagem pela estrada, podemos receber, por meio do arrependimento sincero e completo, as bênçãos associadas à Expiação de Jesus, o Cristo. Ele também providenciou “salvadores” divinamente indicados, aos quais chamamos de bispos, para ajudar-nos a encontrar novamente o rumo certo. Lembrem-se de que o Senhor prometeu: “ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã” (Isaías 1:18). Nesta dispensação o Senhor declarou:

“Eis que aquele que se arrependeu de seus pecados é perdoado e eu, o Senhor, deles não mais me lembro.

Desta maneira sabereis se um homem se arrepende de seus pecados—eis que ele os confessará e abandonará” (D&C 58:42–43).

Se vocês tomaram um atalho ou se desviaram do caminho certo na vida, seu maravilhoso bispo pode ajudá-los. Procurem-no; ele os ama!

Ao cruzarmos o país, vários órgãos do governo e outras entidades oferecem incentivos e privilégios se nosso veículo cumprir certos padrões. Esses padrões podem ser de desempenho, incluindo exigências de segurança. Algumas vezes há restrições de peso. É óbvio que precisamos ter placas no automóvel. E em alguns lugares dá-se preferência se alcançarmos certos níveis de consumo de combustível com o automóvel. Se concordarmos em cumprir esses padrões e demonstrarmos ter responsabilidade poderemos usar faixas especiais para evitar congestionamentos, passar rapidamente pelos pedágios ou receber outros privilégios especiais.

Na vida, nosso Pai Celestial espera que assumamos acordos que chamamos de convênios. Ao longo da história nosso Pai Celestial se relacionou com Seus filhos fazendo convênios. Vocês se recordarão que foram feitos convênios com Adão, Abraão e Moisés. Hoje, como parte da expectativa de fazer convênios, fazemos convênios batismais, convênios do sacerdócio e convênios no templo. Nos referimos a esses convênios coletivamente como “o novo e eterno convênio”. Cada convênio mencionado está associado a uma ordenança sagrada necessária para a exaltação. Se honrarmos os convênios sagrados, nosso Pai Celestial nos concederá as bênçãos prometidas. Não devemos agir levianamente em relação a nossos convênios e ordenanças.

O Élder Russell M. Nelson nos lembrou da promessa do nosso Pai Celestial: “A esperança Dele para nós é a vida eterna. Qualificamo-nos para ela por meio da obediência aos convênios e ordenanças do templo — para nós mesmos, nossa família e nossos antepassados. Não podemos aperfeiçoar-nos sem eles. Não podemos entrar na presença de Deus apenas por desejarmos fazê-lo. Precisamos obedecer às leis nas quais as bênçãos se baseiam”.12

Meus jovens amigos, não sabemos a duração ou o comprimento da estrada da vida, mas é somente perseverando até o fim com a vida firmemente enraizada no solo do evangelho, permanecendo na corrente principal da Igreja, prestando humilde serviço ao próximo, levando uma vida semelhante à de Cristo e guardando esses convênios sagrados que alcançaremos a felicidade dentro do plano de nosso Pai Celestial.

Para desfrutar ao máximo as longas viagens de carro, precisamos fazer algumas paradas para apreciar a cultura local e os pontos de interesse. Isso aumenta a concientização, o entusiasmo e a valorização da viagem. As maravilhas da natureza foram criadas para que as apreciemos e desfrutemos, e se formos observadores, muito pode ser aprendido.

Para navegar com sucesso pela estrada da vida, reservem um tempo para prestar serviço e auxílio ao próximo. A ex-primeira dama Barbara Bush disse: “No fim da vida, não vamos lamentar por não ter passado em mais um exame, vencido outro veredito ou fechado mais um negócio. Vamos lamentar o tempo que não passamos com o marido, com um filho, com um amigo, com o pai ou a mãe”.13

Assim como vocês precisam de uma carteira de habilitação para dirigir, necessitam de uma recomendação para desfrutar as bênçãos de servir na casa do Senhor.

As Diretrizes de Deus nos Capacitam para o Sucesso

Albert Schweitzer, o famoso teólogo, médico missionário e filósofo observou: “O sucesso não é o segredo da felicidade. A felicidade é o segredo do sucesso”.14 A felicidade advém apenas do cumprimento dos preceitos encontrados no plano eterno de nosso Pai Celestial para Seus filhos. Ao vivermos cada dia, tenhamos em mente o propósito divino de nossa criação.

Há pouco tempo, uma mãe muito sábia em nossa ala ajudou a congregação a compreender por que o Senhor nos deu limites para governar nossa vida. Em uma reunião sacramental, ela pediu que fechássemos os olhos e imaginássemos uma cena tranquila. Vou pedir que cada um de vocês faça o mesmo. Fechem os olhos. Agora imaginem uma bela cena: É um dia ensolarado e a praia é linda, com as ondas quebrando suavemente na areia branca. É primavera, e a areia não está muito quente. Vocês podem correr descalços e sentir a areia entre os dedos dos pés. Há uma agradável brisa soprando, perfeita para empinar uma pipa. A pipa foi feita em casa, de papel de seda, varinhas e barbante. Presa à pipa há uma rabiola colorida para dar-lhe estabilidade. Vocês escolheram cuidadosamente a linha para sua pipa. É uma belíssima pipa, e vocês não querem perdê-la. Também querem fazer com que voe o mais alto possível.

Agora segurem a sua pipa e corram pela praia, deixando que o vento bata no papel da pipa e a leve para o alto. Ela fica meio instável e oscila, desce um pouco, até que atinge a altura suficiente para pegar uma boa brisa. E começa a elevar-se com facilidade, à medida que você lhe dá linha. Em pouco tempo, está tão alta que não passa de um pontinho no belo céu azul.

Conseguem vê-la? Conseguem senti-la nas puxadas da linha, à medida que o vento faz a pipa subir cada vez mais? Vocês podem fazê-la mergulhar. Vocês podem fazê-la girar. Vocês podem fazê-la descer e subir bem alto, manipulando a linha. Aquela linha fina e forte controla e ancora sua pipa ao chão. Desfrutem a sensação de controle e a beleza do dia.

Agora, tenho uma pergunta para vocês. O que mantém a pipa no ar? É o vento? Sem dúvida, é o que parece. Vou pedir agora que façam algo que pode lhes parecer difícil. Cortem a linha, bem rápido. Deixem a pipa ir embora. Deem-lhe liberdade para voar para mais alto e mais longe. O vento sem dúvida está no controle e vai mantê-la segura.

Mas o que acontece assim que a linha é cortada? A pipa começa a mergulhar e a descer, girando de um lado para o outro, até cair no chão. O vento a carrega para longe, e à medida que perde altitude, vocês a perdem de vista, mas sabem que o resultado final será a queda da pipa ao chão. Aquela bela pipa, que vocês gastaram tanto tempo para fazer, não está mais subindo ao céu, mas caiu no chão, e nenhum vento vai erguê-la novamente. Vocês têm um sentimento de desapontamento e perda?

Podem abrir os olhos, agora. A realidade é que, embora pareça que a linha esteja controlando a pipa, na verdade ela está lhe dando a capacidade de alçar voo e ser o que deveria ser.

Procurei pintar uma gravura de palavras em sua mente referente a uma verdade do evangelho que é a chave de nossa salvação. A pipa representa cada um de nós. Deus nos criou à Sua imagem, e somos belos à Sua vista. Ele fez um excelente trabalho, mas não nos obriga a fazer nada. O que Ele nos deu foi um forte elo que nos une a Ele, como a linha faz com a pipa. A linha representa as diretrizes para felicidade e vida eterna contidas em Seu plano maravilhoso.

Manter o Foco na Meta Final da Vida Eterna

Toda jornada tem um fim e geralmente algumas paradas pelo caminho. Esperamos que haja poucas falhas mecânicas e enguiços durante o caminho. Onde quer que vocês se encontrem atualmente na estrada da vida, pode ser útil e até sensato avaliar objetivamente as condições e a vitalidade de sua vida espiritual, assim como verificariam a pressão dos pneus e o nível de combustível no tanque antes de começar uma jornada. Caso seu bem-estar espiritual esteja prejudicado pelo pecado, pela procrastinação, pela indiferença, pelos desejos carnais, pelas drogas, pela falta de recato ou por qualquer outro mal, agora é a hora de tomar uma decisão. Gosto muito do conselho dado pela Madre Teresa. Ela disse: “O dia de ontem já se foi. O amanhã ainda não chegou. Temos somente o dia de hoje. Vamos começar”.15

Vamos todos começar. Vamos todos começar agora mesmo! Não vamos desperdiçar a oportunidade de participar plenamente da felicidade que advém de uma vida justa e útil.

Ao longo dos anos, tive o privilégio de jogar um pouco de golfe em diversas ocasiões com Jack Nicklaus, Johnny Miller, Mike Weir e Arnold Palmer. Todos são pessoas impressionantes e excelentes jogadores de golfe. Algo aparentemente sem importância aconteceu enquanto eu jogava com Arnold Palmer e deixou um efeito duradouro e profundo em mim. Alguns de vocês devem lembrar esta história que já contei sobre minha missão na Austrália.

Depois de algumas tacadas, eu estava ao lado do Sr. Palmer enquanto seu jovem carregador de tacos descrevia alguns dos perigos do buraco que estávamos mirando naquele momento. A conversa foi mais ou menos assim:

Jovem carregador para o Sr. Palmer: “Senhor, perto do gramado, um pouco à esquerda, há um riachinho que não se vê daqui, e deixaram a grama crescer uns cinco centímetros a mais à direita.”

Sr. Palmer para o carregador — de modo firme e sucinto, mas gentil: “Por favor, rapaz, não coloque em minha mente o que está à esquerda e o perigo que posso encontrar à direita. A única informação que é importante para mim é a distância entre esta bola e a bandeirinha”.

Com muita frequência na vida nos concentramos no que está à esquerda ou no que pode haver à direita, em vez do que está bem no centro. O ex-secretário de Saúde, Educação e Bem-Estar, John W. Gardner, salientou: “Todos enfrentamos uma série de grandes oportunidades disfarçadas de problemas insolúveis”.16 A solução de nossos problemas espirituais é uma oportunidade que todos podemos realizar com sucesso.

Foi dito que “o que fazemos na vida ecoa na eternidade”.17 Meus jovens amigos, que sejamos bem-sucedidos em nossa viagem pela estrada da vida e recebamos a felicidade que advém de abraçarmos plenamente o plano de nosso Pai Celestial para nós. É uma época muito maravilhosa de se viver!

Expresso meu amor e respeito a cada um de vocês e invoco as bênçãos do céu sobre vocês, para que sejam abençoados com felicidade em sua vida pessoal, à medida que seguem fielmente o plano de Deus, para que sejam abençoados com discernimento para identificar as coisas boas e fugir das más, e que possam ter grande e duradoura alegria em servir em Seu reino e tenham sucesso em suas metas educacionais e profissionais.

Sei que Jesus vive. Sei que Ele é o nosso Salvador. Sei que expiou por nossos pecados. Sou grato porque Ele é nosso advogado perante o Pai Celestial. Sei que as palavras das escrituras, e principalmente do Livro de Mórmon, nos dão orientação para a vida de modo a termos êxito na jornada da vida e voltarmos ao nosso Pai nos céus, plenos de felicidade. Sou grato e expresso gratidão pelos profetas vivos. Sei que somos abençoados atualmente com um profeta vivo, Thomas S. Monson. Sei dessas coisas e testifico a vocês no sagrado nome de Jesus, o Cristo, nosso Redentor e Salvador. Amém.

© 2010 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Aprovação do inglês: 10/09. Aprovação da tradução: 10/09. Tradução de The Road of Life. Portuguese. PD50021016 059

Notes

1. Ver “Aloha Spirit,” Hawaii Revised Statutes 5-7.5, http://capitol.hawaii.gov/hrscurrent/vol01_ch0001-0042f/hrs0005/hrs_0005-0007_0005.htm.

2. David H. Petraeus, em Sara Israelsen-Hartley, “General Petraeus: Top 10 Reasons BYU Grads Make Great Soldiers,“ Deseret News, 26 de março de 2010, http://deseretnews.com/article/print/700019691/General-Petraeus-Top-10-reasons-BYU-grads-make-great-soldiers.html.

3. Santo Agostinho, ver “QuotationsBook,” http://quotationsbook.com/quote/31904/.

4. Thomas S. Monson, “Three Ways to Build a Strong Testimony”, Friend, maio de 2009, p. 2.

5. Abraham Lincoln, ver “UpLifts: Motivation in Thought,” 20 de abril de 2010, http://uplifts.us/?cat=5.

6. Lewis Carroll, ver “QuotationsBook”, http://quotationsbook.com/quote/46342/.

7. Robert Frost, “The Road Not Taken” (1915), em The Poetry of Robert Frost, ed. Edward Connery Lathem (1970), p. 105.

8. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p. 49.

9. Gordon B. Hinckley, em Conference Report, outubro de 2002, p. 109; ou A Liahona novembro de 2002, p. 100.

10. “18 Ways to Stand Strong: Family”, New Era, outubro de 2008, p. 20; ver Associated Press/MTV Research and Strategic Insights, Happiness, 20 de agosto de 2007.

11. Ver James E. Faust, “Joseph Smith and the Book of Mormon”, Ensign, janeiro de 1996, p. 7.

12. Russell M. Nelson, em Conference Report, abril de 2005, p. 17; ou A Liahona, maio de 2005, p. 18.

13. Barbara Bush, “Remarks of Mrs. Bush at Wellesley College Commencement”, http://www.wellesley.edu/PublicAffairs/Commencement/1990/bush.html.

14. Albert Schweitzer, ver “QuotationsBook”, http://quotationsbook.com/quote/37770/.

15. Madre Teresa, In the Heart of the World: Thoughts, Stories, and Prayers, ed. Becky Benenate (1997), p. 17.

16. John W. Gardner, em Lee S. Shulman, “A Response to the Final Report of the Commission on the Future of Higher Education”, http://carnegiefoundation.org/print/6068.

17. Ver James E. Faust, em Conference Report, abril de 2002, p. 56; ou A Liahona, julho de 2002, p. 53.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Testemunho do Presidente Gordon B. Hinckley - Um Profeta do Senhor...

Que Tipo de Homens e Mulheres Devereis Ser? Bispo H. David Burton Bispado Presidente Serão do SEI para Jovens Adultos • 2 de novembro de 2008

Que Tipo de Homens e Mulheres Devereis Ser?

Bispo H. David Burton
Bispado Presidente
Serão do SEI para Jovens Adultos • 2 de novembro de 2008 • Universidade Brigham Young

Minha esposa e eu, juntamente com alguns membros de nossa família, inclusive três alunos da Universidade Brigham Young, um aluno da Universidade Estadual de Utah, e uma bela amiga, Crystal Ming, que freqüenta o instituto de religião da Universidade de Washington, estamos muito felizes por estar com vocês nesta noite de domingo. Barbara e eu adoramos nos reunir com a nova geração. Adoramos sua energia vibrante e sua fidelidade. Amamos vocês pelas coisas que já realizaram na vida e por aquilo que ainda realizarão ao servirem com grande distinção ao Pai Celestial e uns aos outros. Nós os amamos pela virtude e bondade que transparecem em seu rosto e que podemos ver em vocês aqui mesmo, esta noite.

Há duas semanas, a minha esposa e eu participamos de um devocional para oficiantes no Templo de Nauvoo. A maioria daquelas pessoas maravilhosas é muito mais velha que a maior parte de vocês. Na ocasião, sentimos a presença de um Espírito maravilhoso naquela casa gloriosa. Sentimos esse mesmo doce Espírito nesta noite aqui com vocês. Mesmo assim, é meio assustador falar a esse número tão grande de jovens que está reunido tanto neste impressionante edifício como em vários outros lugares no mundo todo, via satélite e com o uso da tecnologia.

Nunca esquecerei a primeira vez que falei em uma conferência geral. O convite que recebi para discursar indicava que eu teria 14 minutos na sessão da manhã de domingo e que falaria após o Presidente Howard W. Hunter. Nem é preciso dizer que as circunstâncias naquela ocasião também eram muito assustadoras para mim. Mais ou menos uma semana antes da conferência geral, encontrei com o Élder Russell M. Nelson no saguão e ele me perguntou como estava indo meu discurso. Confidenciei ao Élder Nelson que eu estava tendo dificuldades em minha preparação, e então me ocorreu que o único motivo pelo qual ele sabia que eu iria falar era porque seu convite devia indicar que ele falaria depois de mim. De posse dessa pequena informação tão vital, corajosamente perguntei ao Élder Nelson por que alguém tão inexperiente e assustado como eu seria colocado entre o Presidente Hunter e ele. Ele pensou por um instante e depois, com aquela piscadela que sempre dá, respondeu: “Bispo, o único motivo que me ocorre é que você foi escalado entre nós por inspiração, para assim causarmos boa impressão”. Depois dessa conversinha, meu grau de nervosismo subiu a uma altura que jamais havia experimentado.

“Será Que Algum Dia Você Será Alguém na Vida?”

Há quase meio século, pouco antes de minha missão na Austrália, tive a grande bênção de trabalhar por mais ou menos quatro anos em uma loja de golfe para um extraordinário profissional escocês desse esporte. O nome dele era Alex McCafferty. Ele não era da Igreja e, apesar de ter vivido entre santos dos últimos dias por bem mais de 25 anos, não compreendia exatamente a nossa doutrina ou o evangelho. Era um excelente patrão e eu sempre serei grato por sua generosidade e pela bondade que tantas vezes demonstrou. A paciência com que me ensinou os pequenos detalhes do jogo de golfe ajudou-me a ter sucesso em algumas competições das quais participei quando jovem e permitiu também que eu apreciasse o golfe como recreação a vida toda. Às vezes, o linguajar que ele usava, carregado de um forte sotaque escocês, podia ser um pouquinho rude. Quando meu trabalho não satisfazia as expectativas de Alex, ou quando eu cometia um engano ao atender um cliente, ele proferia uma imprecação com seu sotaque escocês, em voz baixa, mas firme, seguida pela mesma pergunta: “David, meu rapaz, será que algum dia você será alguém na vida?”

Ainda me lembro das palavras exatas que Alex usou quando finalmente criei coragem para informá-lo de que havia aceitado o chamado de um profeta de Deus para servir por dois anos como missionário na Austrália e que, portanto, eu sairia do emprego. Naquela ocasião, a resposta dele foi precedida de várias imprecações e depois veio a declaração: “David, meu rapaz, você nunca será alguém na vida se ficar saracoteando pelo mundo para falar de religião”.

Um ou dois dias antes de ir para a missão, fui até a loja dizer adeus a meu bom amigo Alex. Ao apertar a mão dele e expressar meu apreço, ele me puxou para si e pôs um envelope em minha mão. Ambos tínhamos lágrimas nos olhos quando eu rapidamente caminhei até o carro. Dirigi por alguns minutos até um parque das proximidades onde, no sossego do lugar, li seu bilhete e descobri que ele tinha posto no envelope uma boa soma em dinheiro para me ajudar a financiar a missão.

Cerca de um ano depois, enquanto eu servia em Adelaide, na Austrália, recebi um bilhete de Alex. O bilhete dizia: “David, meu rapaz, disseram-me que os missionários precisam de um novo terno depois de um ano. Por favor, com este dinheiro, compre um terno feito com a melhor lã escocesa”.

Alguns dias depois de voltar da Austrália, parei no campo de golfe para ver como ele estava. Alex perguntou se eu estava preparado para jogar golfe. Eu disse a ele que meus dias de jogar golfe a sério haviam terminado, pois havia vendido meus tacos, assim como o carro, para ajudar a custear a missão, além disso, já estava mais do que na hora de eu passar a levar os estudos a sério.

Ele respondeu, começando com a imprecação habitual: “David, meu rapaz, você nunca será nada na vida se não jogar golfe. Vá agora mesmo até a loja de golfe e escolha o conjunto de tacos de sua preferência”.

Fiz exatamente o que ele disse e depois de quase 50 anos ainda tenho aqueles tacos. É claro que eu não gostava do linguajar impróprio de Alex, mas sempre serei grato pelas lições de honestidade, integridade e generosidade que aprendi enquanto trabalhava para ele.

Com o passar dos anos, refleti muitas vezes sobre a pergunta de Alex: “Será que algum dia você será alguém na vida?” Alex estava, do jeito dele, manifestando seu descontentamento comigo. Ele estava questionando minha capacidade de seguir instruções, minha atenção para com as tarefas a fazer e meu compromisso com o emprego. Estava também questionando se eu tinha o desejo de ser um adulto de sucesso, produtivo e prestativo. Ponderei repetidas vezes essas perguntas. Devo admitir que na época eram perguntas importantes e que continuam sendo importantes atualmente. Eu ainda sou uma obra inacabada. Concluí também que Alex estava questionando as realizações da minha vida, e não tanto a jornada da vida em si. A pergunta dele, porém, leva a esta outra: O que constitui sucesso nesta vida?

Adquirir Atributos Cristãos

Talvez em lugar de concentrar-nos na questão de ser alguém na vida e, assim, obter sucesso aos olhos do mundo, seja melhor concentrar-nos na pergunta feita pelo próprio Salvador: “Portanto, que tipo de homens [ou mulheres] devereis ser?” Vocês se lembram que a resposta foi, nas palavras Dele: “Em verdade vos digo que devereis ser como eu sou” (3 Néfi 27:27). Além disso, o Salvador declarou: “Porque aquilo que me vistes fazer, isso fareis” (v. 21).

Que tipo de homens e mulheres devereis ser? Em minhas reflexões, continuo a perguntar: Quais são os atributos de uma vida cristã? Qual é o padrão certo a seguir quando enfrentamos as dificuldades da vida? O que quer dizer ser “como Eu sou”? Com certeza, não sei tudo o que se espera, mas atributos como o amor a Deus e ao próximo, a compaixão, o exemplo, a obediência, o serviço e guardar os convênios, são algumas das possibilidades.

Recentemente, um conhecido nosso e amigo íntimo de nossa filha e de nosso genro faleceu após uma batalha longa e corajosa contra um tumor no cérebro. Pouco antes do falecimento dele, um de seus amigos enviou algumas linhas à esposa de nosso amigo, expressando seus sentimentos. Com a permissão deles, vou ler para vocês esse texto, não por sua excelência literária, mas pelos sentimentos que transmite. Começa assim:

“[Prezada] Diane,
Por favor, diga ao Harold ‘muito obrigado’,
Por mudar minha vida,
E dar-me um exemplo
Do que é ser líder no sacerdócio,
Do que é importar-se com as pessoas individualmente,
E ser abnegado e incansável no serviço ao próximo,
Do que é o verdadeiro amor cristão.

Por favor, fale ao Harold das muitas lembranças
Que trago comigo todos os dias
Que me fortalecem,
E me orientam…
Lembranças que existem graças a ele —
Lembranças dos tempos em que servimos juntos (...)

Por favor, diga ao Harold que seu exemplo
De marido amoroso,
De pai bondoso
E servo fiel do Senhor,
Repleto de bom humor,
Cheio de visão,
Deu-me um padrão a ser atingido
E foi uma bênção para minha esposa e filhos.

Por favor, diga ao Harold que foi uma grande honra
Tê-lo conhecido nesta vida mortal
E ter trabalhado a seu lado.

Por favor, fale ao Harold das lágrimas que derramei,
E da tristeza que senti
Ao saber que ele em breve retornará
À presença do Senhor.

Por favor, diga ao Harold que eu o amo
Por sua bondade,
Seu exemplo,
E amizade.

Por favor, diga ao Harold que sentirei saudades dele
Mas que vou preparar-me ansiosamente
Para outra vez com ele me alegrar
Na mansão celestial do Deus Altíssimo.

Por favor, diga ao Harold que servirei ao Senhor
De todo coração, poder, mente e força
Em memória de seu exemplo,
Dedicação
E devoção ao Senhor.

Por favor, diga ao Harold...
Muito obrigado.”1

Quanto aos atributos citados em “Por Favor, Diga ao Harold”, talvez também valesse a pena incorporá-los a nossa vida. Quando for possível atribuirem-se a nós virtudes tais como o exemplo, o cuidado com as pessoas individualmente, o serviço, o amor, ser marido e pai carinhoso, a bondade, a amizade, a devoção e a dedicação, que foram, de maneira tão bela, atribuídas ao Harold, com certeza nossa vida poderá ser considerada cristã e, portanto, plena e bem-sucedida.

O Presidente Thomas S. Monson freqüentemente se refere a seu legado escocês e às experiências que teve na infância, quando vivia perto dos avós, tias, tios e primos escoceses. Fico pensando quantas vezes ele ouviu algo parecido com “Tommy, meu rapaz, será que algum dia você será alguém na vida?” Suspeito que, quando menino, com sua grande variedade de interesses, uma mente muito criativa e cheia de imaginação, e um bocado de energia, talvez essa pergunta tenha sido feita a ele várias vezes.

Na vida do Presidente Monson encontramos um padrão pelo qual pautar nossa própria vida. Isso é particularmente verdadeiro quanto ao que eu chamo de seu ministério particular. Seu ministério público, por outro lado, é um livro aberto, repleto de excelentes serviços em âmbito de ala, estaca, missão e da Igreja como um todo. Duvido que exista qualquer pessoa nesta dispensação mais devotada a cada uma de suas responsabilidades eclesiásticas que o Presidente Thomas S. Monson.

De tempos em tempos, é possível entrever seu ministério particular. Servir, preocupar-se, estender a mão para abençoar as pessoas individualmente e oferecer incentivo e consolo: tudo isso faz parte de seu ministério particular.

Recentemente, uma querida vizinha que mora do outro lado da rua precisou passar um tempo numa clínica de recuperação. Quando a visitamos, ela mal podia esperar para contar que o Presidente Monson havia passado por lá, na reunião sacramental do local.

“Ele estava tão perto”, ela exclamou, “que eu podia alcançá-lo e tocá-lo”.

Ela ficou muito emocionada em sentir que o Presidente da Igreja se importava com ela.

O Presidente Monson vive de acordo com o princípio que freqüentemente ensina: “As cinco palavras mais importantes que há são: ‘Estou muito orgulhoso de você’. As quatro mais importantes são: ‘Qual é sua opinião?’ As três mais importantes são: ‘Por favor, poderia’. As duas mais importantes são: ‘Muito obrigado’. A menos importante é: ‘Eu’ ”.2

O Salvador freqüentemente usava parábolas para ensinar importantes lições. Da mesma maneira, o Presidente Monson adora usar histórias para ilustrar seus ensinamentos. Ao refletir sobre o uso que o Presidente Monson faz das histórias, o Presidente Eyring disse que podemos achar que já ouvimos a história antes, mas se formos pacientes e ouvirmos com atenção, veremos que a história não é a mesma porque, por influência do Espírito, perceberemos a mensagem de uma maneira diferente.

Uma das histórias que ele usa remonta aos dias em que era diácono. Ao Presidente Monson e aos outros membros de seu quórum foi dado o papel de esquimós numa apresentação teatral da ala. A irmã do Presidente Monson faria o papel de Estátua da Liberdade. Quando a irmã dele adoeceu com um grave caso de laringite bem na época da apresentação, temia-se que ela não conseguisse falar sua parte e que o teatro fosse prejudicado. Os “esquimós” decidiram fazer algo a respeito da situação. Reuniram-se em uma sala no subsolo da capela e se ajoelharam em oração. Buscaram a intercessão do Espírito do Senhor em favor da irmã do Presidente Monson e na hora da apresentação, a Estátua da Liberdade conseguiu falar sua parte com uma voz límpida. Essa experiência ficou na memória da irmã do Presidente Monson como um milagre e era com gratidão que pensava naqueles esquimós.

Essa história simples nos lembra que o Presidente Monson sempre foi uma pessoa de grande fé, dada à oração. Ele usa esses grandes dons para abençoar a vida de muitas pessoas atualmente. É um exemplo de que tipo de homens e mulheres devemos ser: pessoas de fé, dadas à oração. A oração é fundamental para nosso fortalecimento e nossa convicção. Lembrem-se da pergunta de Néfi a seus irmãos descrentes: “Haveis perguntado ao Senhor?” (1 Néfi 15:8). A vida de serviço do Presidente Monson é um padrão que podemos usar para definir e estruturar nossa própria vida.

Orar por Ajuda ao Tomar Decisões

Muitos de vocês estão em uma fase em que tomarão decisões que vão moldar sua vida na Terra e também na eternidade. Alguns de vocês estão no processo de tomar decisões quanto aos estudos; outros talvez estejam pensando em servir em uma missão. Muitos talvez estejam tentando decidir o que querem fazer profissionalmente — que carreira seguir. Talvez alguns de vocês estejam tentando decidir se determinada pessoa é a pessoa certa para ser sua companheira eterna. Essas decisões serão muito mais fáceis se as apresentarem ao Senhor em oração.

Talvez alguns de vocês estejam enfrentando dificuldades com o pecado e estejam tentando decidir se desejam ser purificados pelo poder expiatório de Jesus Cristo. Talvez alguns estejam vacilantes no testemunho do evangelho e estejam tentando descobrir o que fazer para mudar de direção. As decisões sobre estes e outros assuntos importantes terão uma enorme influência sobre que tipo de homens e mulheres vocês serão e sobre o que realizarão na vida ou, usando as palavras do meu amigo Alex, o que serão na vida.

As decisões verdadeiramente importantes, cruciais, da vida geralmente são bastante difíceis de tomar. Sempre existem aqueles pequenos “senões”, “poréns” e as conjecturas que tendem a complicar e retardar a resposta. Muitas vezes, eu gostaria que existisse uma pílula mágica que pudéssemos ingerir e que nos fizesse sempre tomar a melhor decisão. Mas, na falta de tal pílula, permitam que eu ofereça apenas uma sugestão para ajudá-los no processo de decisão. Busquem a participação do Pai Celestial por meio de humilde oração e depois tenham a fé e a determinação para seguir Seus conselhos conforme transmitidos pelo Espírito Santo. Depois de examinarmos as coisas na mente e Lhe perguntarmos, o Senhor nos promete: “Farei arder dentro de ti o teu peito; portanto sentirás que está certo” (D&C 9:8). Vocês serão homens e mulheres melhores se derem ouvidos e obedecerem à voz mansa e delicada. Lembrem-se, “[sentir] que está certo” faz parte de ouvir.

Nos Estados Unidos, outra temporada de beisebol acaba de terminar. O Campeonato Mundial acabou, e um novo campeão foi coroado. Há bem mais de 50 anos, um ótimo atleta começou a jogar como jardineiro esquerdo [defensor do campo ou “jardim” esquerdo] do Boston Red Sox. A carreira dele no beisebol foi interrompida em pelo menos duas ocasiões diferentes por chamados para servir nas forças armadas como piloto de caça. A mídia se referia a ele como “Palito de Ouro”, porque era muito magro, mas conseguia rebater a bola muito bem. O que lhe deu mais fama no esporte é que foi o último jogador profissional a ter uma média de rendimento acima de 40% durante o ano todo. Isso quer dizer que ele conseguia chegar à base depois de bater na bola mais de quatro vezes a cada 10 vezes que tinha a oportunidade de bater. Ninguém conseguiu igualar esse feito nos últimos 50 anos! O nome desse jogador era Ted Williams.

Muitos anos depois de Ted ter encerrado sua carreira no beisebol, o público ficou sabendo de algo muito interessante a seu respeito — a visão dele era melhor que o normal. E com essa visão excelente e extraordinária, Ted tinha uma pequenina vantagem, pois conseguia ver a bola um pouquinho melhor que os outros jogadores e tinha uma fração de segundo a mais para determinar se deveria rebater a bola. Ele conseguia ver se a bola vinha girando ou se descreveria uma curva para dentro ou para fora da zona de rebatida.

Aqueles de nós que foram batizados e receberam o dom do Espírito Santo como companheiro constante também contam com uma vantagem quando se trata de tomar decisões difíceis. Do mesmo modo que a localização é tudo para se ter sucesso nos assuntos imobiliários, ouvir é tudo para se receber os benefícios do Espírito Santo!

Não Ficar Desanimado

Às vezes fico preocupado, e de certo modo envergonhado, que a minha geração tenha sobrecarregado a sua com questões e dificuldades que deveriam ter sido resolvidas. Apesar de ter havido muito progresso quanto a tornar a vida melhor, mais longa, segura e recompensadora, ainda há muitas coisas lamentáveis no que tange à ganância, às relações humanas e ao ambiente, para mencionar apenas alguns pontos. Estamos enfrentando as incertezas que nascem dos tempos turbulentos em que vivemos. Seria muito fácil ficarmos desanimados e talvez até um pouco deprimidos se pensássemos sobre a série de conseqüências que podem vir. As incertezas do mercado de trabalho, juntamente com um significativo deslocamento econômico apenas aumentam a inquietação de nossos dias. As nações continuam a contender umas contra as outras.

A despeito de tudo isso, meus jovens amigos, não precisamos temer nem agir com base no medo. As escrituras nos lembram que, se estivermos preparados, se formos obedientes, e formos membros da Igreja do Senhor, não precisamos temer o que o futuro nos reserva. “Os justos não devem temer” (1 Néfi 22:22; ver também Alma 1:4; D&C 10:55). O tipo de homens e mulheres que seremos dependerá em parte da habilidade com que lidamos com nossos temores e com os acontecimentos inesperados da vida. Ao perceberem que a vida real é feita de dificuldades, problemas, enganos, oportunidades e lições, lembrem-se do antigo provérbio chinês que diz: “Não se lapida a pedra preciosa sem atrito nem se aperfeiçoa o homem sem provações”. Ou, nas palavras do Senhor: “Porque é necessário que haja uma oposição em todas as coisas” (2 Néfi 2:11).

A despeito de todas as incertezas e falhas do mundo, há muitas coisas pelas quais agradecer e muitas coisas capazes de nos entusiasmar. Sou uma pessoa otimista. Acredito que 2008 seja a época mais emocionante da história mundial para se viver e ter a bênção sublime de contar com a plenitude do evangelho de Jesus Cristo. Chego a estremecer de entusiasmo ao ver a maneira como o evangelho está sendo plantado no coração e na mente dos filhos do Pai em todo o globo.

Acho que poucos de vocês sabem (se é que alguém sabe) o que acontece na sede da Igreja todos os anos, na primeira sexta-feira de dezembro. Esse é o dia tradicionalmente reservado para que o Conselho para a Disposição dos Dízimos se reúna, conforme instruído pelo Senhor na seção 120 de Doutrina e Convênios. Sob a direção da Primeira Presidência, o Quórum dos Doze e o Bispado Presidente se reúnem para determinar como os recursos da Igreja serão usados no ano seguinte. É emocionante ver o que acontece nessa reunião. É emocionante ver a construção de muitos novos locais de adoração ser autorizada e executada. O número de novos templos continua a crescer. Os bispos em todo o mundo recebem os recursos para buscar e ajudar os pobres. Missionários de mais de 350 missões recebem ajuda. Projetos para acelerar o trabalho dos templos são aprovados. São reservados recursos para facilitar a educação superior e a educação religiosa. O trabalho do Senhor segue em frente para cumprir seu destino profético.

Fico encorajado quando penso na impressionante declaração de fé feita pelo Profeta Joseph Smith: “A mão do ímpio não conseguirá barrar o progresso desta obra”.3 Não é emocionante perceber que nós teremos a oportunidade de estar à frente deste milagre que está destinado a acontecer? O tipo de homens e mulheres que vocês serão, em parte será o resultado de sua devoção e do auxílio que prestarem em impelir o reino de Deus adiante. Juntamente com a devoção, é preciso muita autodisciplina. Jim Rohn, um famoso palestrante motivador, disse: “A disciplina é a ponte entre as metas e a sua realização”.4

Gosto muito de música sacra, principalmente de hinos de louvor ou motivação. Um desses hinos, que cantamos com freqüência, é “Come, Let Us Anew” [Vinde, Prossigamos]. A letra foi escrita no século XVII por Charles Wesley. A música é atribuída a James Lucas. O magnífico coro do Instituto da Universidade do Estado de Utah cantará esse belo hino para nós no encerramento desta reunião. Os santos dos últimos dias participam de reuniões sacramentais, devocionais e se reúnem em outras ocasiões para cantar, orar e renovar convênios e compromissos, bem como para oferecer incentivo mútuo. Desfrutamos de uma renovação sinérgica quando nos reunimos. A música desempenha um importante papel nesse processo. Ela consegue aliviar a alma e sensibilizar o espírito para coisas celestiais. O Senhor nos lembra: “o canto dos justos é uma prece a mim” (D&C 25:12). Observem a letra deste hino motivador:

Vinde, prossigamos em nossa jornada,
Prossigamos o ano todo,
E nunca nos detenhamos até que venha o Mestre.
Cumpramos alegremente a Sua vontade,
E desenvolvamos nossos talentos
Pacientes e cheios de esperança, trabalhando com amor (...)

A vida, como um sonho, o tempo, como um riacho,
Rápidos correm e passam,
E o momento fugaz ninguém consegue reter;
Pois o que passou, passou, e os momentos se vão.
O Milênio se anuncia
E a eternidade já chegou (...)

Oh, que cada um possa dizer no dia de Sua vinda,
“Lutei e perseverei até o fim;
Terminei o trabalho que me deste a fazer.”
Oh, que cada um ouça de seu Senhor as palavras ditosas:
“Servo fiel, agiste bem!
Entra em Meu gozo e senta-te em Meu trono”.5

A mensagem de incentivo transmitida por esse hino é clara. Ela indica que, em nossa jornada para nos tornarmos o que o Salvador sugeriu (“como Eu sou”), precisamos renovar nosso entusiasmo e nunca parar de praticar boas obras até que venha o Mestre. Se nos demorarmos, o tempo passará e o momento fugaz se perderá para sempre. Cada um de nós no dia de Sua vinda desejará dizer: “Lutei e perseverei até o fim; terminei o trabalho que me deste a fazer”. E haverá um sentimento maravilhoso quando, em resposta, ouvirmos: “Servo fiel, agiste bem! Entra em Meu gozo e senta-te em Meu trono”. Essa pode ser a nossa parte se o nosso objetivo for o de nos tornarmos o tipo de homens e mulheres que o grande “Eu Sou” quer que sejamos.

Muitas vezes os membros de nossa Igreja são observados por olhares críticos e medidos por um padrão mais severo que os nossos amigos de outras religiões. Já perceberam nas notícias manchetes como “Bispo mórmon comete (...); Ex-missionário SUD envolvido em (...); Mãe mórmon indiciada por (...)”? O que fazemos em particular é tão importante quanto o que fazemos quando somos observados em público. Muitas vezes existem olhos nos observando sem que os vejamos. De muitos modos, vivemos em uma vitrine.

Há alguns meses eu estava consertando o encanamento e durante o conserto, minhas roupas ficaram molhadas e sujas de barro, e meus braços ficaram cheios de graxa. Descobri que precisava de uma peça e, em vez de primeiro parar e ir-me arrumar, entrei correndo no carro e fui até uma grande loja de materiais de construção. Enquanto examinava cuidadosamente o mostruário de peças para ter certeza de que compraria a peça do tamanho certo com a rosca correta, um homem que eu não conhecia veio andando pelo corredor e passou por trás de mim. Depois de andar alguns metros após passar por mim, eu o ouvi dizer: “Para mim, aquele não parece ser o Bispo Presidente”. Fiquei envergonhadíssimo porque havia falhado em viver à altura do padrão que se espera de mim. Dessa vez, perguntei a mim mesmo, em tom de crítica: “David, meu rapaz, será que você nunca vai aprender?”

Concentrar-se no Que É Mais Importante

As aspirações e o trabalho árduo são ingredientes vitais para se alcançar objetivos louváveis. Vocês são uma geração muito promissora. Foram agraciados com muitos dons de Deus. São brilhantes e inteligentes. Aqueles dentre vocês que usam a inteligência para alcançar metas bem estabelecidas estão destinados ao sucesso. Aqueles, porém, que são inteligentes, trabalham com metas e têm grandes aspirações provavelmente serão o tipo de homens e mulheres em quem o nosso Pai Celestial confia para fazer avançar o Seu reino.

Perto do final de minha missão, a Copa Mundial de Golfe foi realizada no Real Campo de Golfe de Melbourne, na Austrália, e os jogadores de golfe amadores tiveram a oportunidade de jogar com um profissional nas rodadas de treino do pré-torneio. No último dia de minha missão, pude participar de uma rodada de treino, mas eu não vou importunar vocês com os detalhes de como isso aconteceu. Quando chegou minha vez de sortear o nome do profissional com quem eu jogaria naquele dia, tirei o nome de Arnold Palmer. O nervosismo de falar numa conferência geral não é nada comparado a isso! O nervosismo que experimentei na conferência geral foi apenas uma fração do que senti no instante em que vi “Arnold Palmer” escrito em minha papeleta. E eu, é claro, não pegava num taco de golfe havia mais de dois anos e fiquei completamente apavorado!

Não me lembro de muita coisa do que aconteceu na rodada de golfe, exceto que joguei muito mal. No 17º buraco, chegamos ao monte de terra. Andamos uns poucos metros e eu dei minha segunda tacada e logo em seguida a terceira, antes de finalmente chegarmos à bola do Sr. Palmer. O jovem australiano que carregava os tacos do Sr. Palmer estava tentando agradá-lo de todas as maneiras. Ouvi por acaso o carregador dizer ao Sr. Palmer que à esquerda a topografia se inclinava, com um riacho sinuoso que não era possível enxergar. Depois, disse que à direita a grama tinha crescido até ficar muito alta e que era muito difícil acertar uma tacada ali.

O Sr. Palmer colocou com deliberação o taco de volta na bolsa e serenamente, mas com firmeza, disse ao carregador: “Por favor, não me confunda a mente com o que está à direita, e eu também não estou lá muito interessado no que há à esquerda. A única informação que preciso de você é a distância exata desta bola até a bandeira que está no gramado”.

Puxa, aquela foi para mim uma experiência marcante de aprendizado! De repente, percebi como é imprescindível nos concentrarmos naquilo que é importante e não nos distrairmos com o que possa estar à esquerda ou à direita. A concentração é fundamental para atingirmos nossas metas. Muitos de nós estão preocupados com o que está à direita ou à esquerda e não dão a devida atenção ao objetivo principal que está bem no meio. Quando deixamos de nos concentrar nas coisas certas, fica difícil nos tornarmos o tipo de homens e mulheres que tanto queremos ser. Nesse empenho, lembrem-se de que o Senhor prometeu: “Irei adiante de vós. Estarei a vossa direita e a vossa esquerda e meu Espírito estará em vosso coração e meus anjos ao vosso redor para vos suster” (D&C 84:88).

Oro que, na vida, sempre nos esforcemos por concentrar-nos no que é mais importante. Testifico que estamos a serviço do Senhor. Temos a bênção de ser guiados por profetas vivos. Eu tive a bênção de servir sob a orientação de quatro profetas desta dispensação. Acho que entendo um pouquinho desse assunto e testifico que Thomas Spencer Monson é um profeta de Deus em toda a acepção da palavra.

Sei que temos um Pai Celestial amoroso e vivo. Somos Seus filhos e filhas. Sou grato por Seu Filho Unigênito, que é o nosso Salvador, que expiou nossos pecados. A todos vocês que talvez se sintam perdidos, que talvez sintam que não há mais esperança ou que o pecado prejudicou seu progresso, testifico que a Expiação de Cristo está a seu alcance e Sua misericórdia permanece para sempre. Sei que Joseph Smith foi o profeta da Restauração.

Aproveito esta oportunidade para invocar as bênçãos do céu sobre cada um de vocês. Essa bênção eu invoco e oro que vocês dêem ouvidos a essas coisas e se decidam a ser o tipo de homens e mulheres que o nosso Pai Celestial quer que sejam. Faço isso pela autoridade em mim investida e no sagrado nome de Jesus Cristo, nosso Salvador e nosso Redentor, amém.

NOTAS

1. Correspondência pessoal de Christian Weibell para Diane Lefrandt; usado com permissão.

2. Originalmente de Robert Woodruff; ver Thomas S. Monson, em Conference Report, outubro de 1987, p. 82; ou Ensign, novembro de 1987, pp. 68–69.

3. History of the Church, vol. 4, p. 540.

4. Jim Rohn, The Treasury of Quotes (2001), p. 40.

5. Hymns, nº 217.